O professor que assume para si a responsabilidade de lecionar encontra no caminho vários empecilhos que dificultam o bom desenvolvimento de suas atividades, principalmente nas escolas da rede pública de ensino. No caso mais específico nas disciplinas de ciências e de Química, são poucas as condições que um professor encontra para o desenvolvimento de uma boa aula, tais como a falta de laboratórios, ou de equipamentos e reagentes necessários para seu funcionamento, ou até mesmo por não saber desenvolver uma prática. Pensando nisso o Governo Federal do Brasil desenvolveu o PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, que tem por objetivo levar para as escolas alunos graduando das licenciaturas das universidades federais para ajudar o professor em sala, fazendo experimentos, resolvendo exercícios. E foi através desse projeto que desenvolvemos esse trabalho junto a uma turma do primeiro e outra do segundo ano do ensino médio, num total de 70 alunos, da Escola Lions de Parnamirim instituição pública da cidade do Recife. Esse trabalho teve por objetivos saber se o professor utiliza a experimentação em suas aulas de Química, e se os alunos têm a consciência de que quando a teoria é associada à prática a aprendizagem se torna mais efetiva.

Inicialmente foi dado para os alunos um primeiro questionário que abria uma sondagem sobre o que eles achavam da ciência Química e se gostavam de estudar a matéria. Logo em seguida foi realizado o experimento em um dos laboratórios de ensino do Departamento de Química da UFRPE, já que a escola não dispunha desse espaço para realização de tal atividade. Antes da realização da prática, os alunos tiveram uma aula teórica sobre o assunto envolvido e sobre o que eles deveriam esperar como resultado. Auxiliados pelos monitores e bolsistas do PIBID, os próprios discentes fizeram toda experimentação, que buscava como resultado a densidade de substâncias puras e misturas, desde a pesagem do líquido, até os cálculos envolvidos para conseguir responder as perguntas de um segundo questionário que era relacionado ao experimento. A seguir foi aplicado novamente o mesmo questionário do início para saber se aquele trabalho tinha conseguido o efeito esperado.

As respostas dos alunos aos questionários aplicados foram analisadas de modo diferenciado sendo que no questionário "dois" objetivava-se saber se o conteúdo tinha sido aprendido pelo aluno, tendo como conseqüência o acerto das questões. Após o experimento, todos os grupos acertaram todas as questões do exercício. O que prova que o assunto foi aprendido. O questionário "um", que foi aplicado em dois momentos (pré e pós experimento), tinha por objetivo, quando analisados juntos, saber se a experimentação teria causado algum impacto nos conceitos que os alunos tinham sobre a Química. Uma das perguntas chamou a atenção, foi: "Você considera que um experimento pode ajudar na compreensão de uma teoria?".

No primeiro momento em que foi aplicado tiveram respostas que tenderam para o sim e para o não, mas depois da realização do experimento (segundo momento de aplicação do questionário "um") a resposta para a mesma pergunta foi uma unanimidade do sim.

Diante desses resultados fica evidente que o efeito que esperávamos causar nos alunos, consciência de que a prática é importante para o bom entendimento da teoria, de que a Química não pode ser vista somente por um lado teórico, foi alcançado com sucesso. Com isso nos perguntamos: Será que os alunos não entendem a matéria Química por não dispor de aulas de laboratórios? Ficou evidentemente que um experimento ajuda, sim e muito, a perceber a Química com maior clareza e realismo, saindo do mundo abstrato de como a Química é passada pelos professores do ensino médio de um modo geral. Com a análise desses dados fica provado que a prática não é simplesmente o complemento da teoria, mas um ramo de contextualização para as aulas de Química.