Como reflexo dos princípios capitalista que sempre visam o desenvolvimento financeiro, surgiu nos centros urbanos aglomerados comercias com o intuito de facilitar e aumentar a compra e venda de mercadorias, esses lugares se caracterizam por grande circulação de pessoas, veículos e carros de som ocasionando assim a poluição acústica devido à grande quantidade de ruído disseminado. Essa pesquisa teve como objetivo fazer uma análise da percepção dos comerciantes sobre o ruído produzido no centro comercial da cidade de Santa Cruz e dessa forma verificar de acordo com suas respostas possíveis relações da influência da atividade mercantil sobre a dispersão de quantidades exageradas de ruído.

Todos os entrevistados eram maiores de 18 anos de ambos os sexos e trabalhadores ativos das lojas de comércio, tanto como empresários quanto funcionários dos magazines presentes no centro da cidade, exercendo funções variadas como: caixas, atendentes e gerentes. Em cada estabelecimento comercial foi escolhido um representante de forma aleatória para participar da pesquisa. As variáveis pretendiam conhecer a condição sócio-demográfica do individuo quanto também verificar a percepção dos comerciários com relação à poluição sonora e atividade comercia pretendendo também conhecer os possíveis incômodos causados por ruídos exacerbados e como eles percebiam os níveis d ruído existente no centro comercial. Ao total foram realizadas 110 entrevistas. Os dados coletados foram tabulados e feita análise descritiva com auxílio do Microsoft Excel.

A maioria dos entrevistados (53,1%) responderam que o ruído era o que mais os incomodava no centro comercial da cidade e (87%) elegeram os carros de som como a principal fonte causadora de poluição sonora. Quando questionados sobre o conhecimento sobre órgãos fiscalizatórios para poluição sonora, 89,1%, alegaram desconhecimento, bem como leis especificas locais. Sobre a forma de divulgação comercial do estabelecimento no qual trabalhavam, (35%) responderam o rádio; (2%) a internet; (4%) caixas de som nas calçadas; (9%) divulgam mediante panfletagem; (18%) em carros e bicicletas de som e (29%) não fazem nenhum tipo de divulgação. A amostra estudada também expôs ser prejudicada pela ação do ruído elevado, sendo relatado dor de cabeça (19,2%); baixa concentração (28%) e irritabilidade (54,4%). Relativo à freqüência com que os transeuntes reclamavam do ruído na frente do seu trabalho, (54,9%) responderam diariamente, (15,3%) semanalmente, (8,1%) mensalmente e (15,3%) nunca.

O estudo mostrou que os comerciantes percebem a poluição sonora como sendo o maior motivo de incômodo no centro comercial de Santa Cruz. O ruído elevado trouxe como conseqüência um conjunto de problemas de saúde psicológicos e físicos relatados pela amostra. Apesar dessa constatação, a maioria dos entrevistados alegou não ter conhecimento sobre nenhuma lei que regulamente ou órgão que fiscaliza os excessos sonoros impossibilitando assim um exercício pleno da cidadania e dificultando a resolução do problema. Ficando também visível nesse estudo a influência da atividade comercial sobre a problemática da poluição sonora já que foi constatado que os trabalhadores do comércio se sentem incomodados com o barulho produzido no centro comercial, sendo que a maior fonte desse barulho escolhido por eles são os carros de som que fazem propagandas das lojas além dos carros de som foi verificado que muitas lojas utilizam para divulgar seus produtos caixas de som em frente às lojas contribuindo mais ainda para a propagação de ruído.  Sendo o ruído não só um motivo de incomodo para os comerciários mais também pra seus clientes já que uma porção significativa da amostra relatou que são freqüentes reclamações sobre excessos sonoros por parte dos compradores.