As infecções hospitalares são decorrentes da instalação e proliferação de agentes infecciosos, em pacientes que foram submetidos a procedimentos invasivos e/ou tratamentos agressivos. Microrganismos do gênero Candida spp. fazem parte da microbiota humana e, sob determinadas condições, podem tornar-se patogênicos. As infecções sistêmicas causadas por Candida spp. representam importante causa de morbi-mortalidade em pacientes internados em unidades de cuidados intensivos. Candida tropicalis é um agente freqüente de candidemia em hospitais brasileiros, sendo a segunda espécie mais comumente isolada. A infecção por esse agente pode ocorrer em pacientes de todas as idades, acometendo principalmente adultos e idosos. Mesmo com as terapias antifúngicas, as infecções causadas por leveduras em pacientes hospitalizados devem receber maior atenção, decorrente do aumento das taxas de resistência aos medicamentos. A resistência aos azólicos, por parte de C. tropicalis, é descrita na literatura, a qual explica o fenômeno como conseqüência do aumento de expressão de determinados genes. O conhecimento do perfil de sensibilidade aos antifúngicos é de fundamental importância para adequação da terapêutica, contribuindo para a redução da mortalidade atribuída à infecção.

A determinação da CIM por microdiluição em caldo detectou 2,17% de isolados resistentes para ITZ (≥1µg/mL) e para FCZ (≥64µg/mL); para os demais antifúngicos, foi encontrado 100% de sensibilidade por esta metodologia. Já na difusão em disco, a resistência para o ITZ foi de 13,04%, para FCZ foi 10,9% e VCZ 2,17%, enquanto para AB e CTZ a sensibilidade foi de 100%. A comparação entre as duas metodologias mostrou maior discrepância em relação ao ITZ, provavelmente devido à dificuldade de difusão do princípio ativo no ágar. Portanto, casos de resistência detectados por difusão em disco devem ser confirmados através da microdiluição em caldo para evitar falsos resistentes.