62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS PRESSÓRICOS EM TRABALHADORES DA CONTRUÇÃO CIVIL NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
Natan Emanuell de Sobral e Silva 1
Diego Pereira Gabriel dos Santos 1
José Ricardo Tomé Lopes Martins 1
Luis Bruno Silvestre Sarmento 1
Clésia de Oliveira Pachú 1
1. Depto. De Farmácia, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
INTRODUÇÃO:
A hipertensão é uma doença crônica causada pelo aumento significativo da pressão que o sangue exerce sobre as artérias, onde a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece, como critério de pressão arterial o valor pressórico de 120x80mmHg considerado normal; 130x85mmHg, limítrofe e valores superiores a 140x100mmHg se denomina hipertensão. Segundo dados da OMS, a hipertensão arterial atinge cerca de 35% da população brasileira acima de 40 anos, e esta doença é responsável por cerca de 27,4% dos óbitos relacionados com doenças cardiovasculares. Vários são os fatores que podem desencadear a hipertensão, como raça, alimentação, hereditariedade, obesidade, idade, sexo, estilo de vida e outros. Devido a sua alta prevalência, essa doença possui um importante valor clínico, sendo muito abordada em diversos estudos e sendo alvo de diversos programas sociais. O presente estudo visa apontar os níveis pressóricos dos trabalhadores da construção civil em exercício no Campus I na Universidade Estadual da Paraíba, com a intenção de se detectar alguns fatores de risco relacionados à hipertensão nessa classe, bem como verificar o conhecimento que estes possuem sobre a hipertensão, para que, com maiores informações sobre seus achados clínicos, possam ser conduzidos a autocuidados.
METODOLOGIA:
A amostra foi composta por trabalhadores civis que executavam atividade na Universidade Estadual da Paraíba. De todo o universo de trabalhadores, 37 se dispuseram a participar, após serem esclarecidos sobre o método, bem como o objetivo geral do projeto e assinarem o termo de consentimento livre. Em seguida, foi-lhes proposta uma entrevista semi estruturada, composta de perguntas diretas e de fácil entendimento para que os fatores de risco fossem analisados. Posteriormente os participantes foram encaminhados a um local de repouso onde se mantiveram por 5 minutos. Para isso, os voluntários se acomodaram em uma cadeira, levantaram devidamente a camisa e apoiaram o braço para a devida aferição da pressão arterial. Ressalta-se que todos os indivíduos envolvidos possuíam idade igual ou superior a 18 anos. Os participantes foram divididos em três grupos: no primeiro, os trabalhadores com PA < 110/80; no segundo, trabalhadores com valores pressóricos entre a faixa 110/80 ≤PA≤ 130/90, e no terceiro grupo, com valores de PA > 130/90.
RESULTADOS:
Após a análise dos dados colhidos e de acordo com a divisão feita dos grupos, foram obtidas as seguintes porcentagens: grupo 1 (32,43%); grupo 2 (45,94%); grupo 3 (21,62%). A partir da entrevista viu-se que os participantes apresentavam idade superior a 35 anos, a maioria com renda de até um salário mínimo; uma minoria de ambos os grupos possui o hábito de fumar, enquanto que, aproximadamente metade de ambos os grupos realizam consumo de álcool. Quanto ao tipo de alimentação, a maioria apresentou uma alimentação balanceada realizada de 3 a 4 vezes ao dia. Em relação ao uso contínuo de medicamentos observou-se que apenas um indivíduo fazia uso de anti-hipertensivo. Com relação à prática de exercícios físicos, quase todos os indivíduos do grupo 1 afirmaram não realizar, fato que também se repetiu no grupo 3. Quanto à questão da hereditariedade, a minoria de ambos os grupos relatou casos de hipertensão na família. Para uma melhor obtenção de valores de pressão arterial é recomendável a realização de três medidas diferentes, sendo interessante fazer uso de uma amostra maior e evitar interferências causadas por condições de temperatura ambiente e local de aferição. Entretanto, o estudo traduz a realidade dos trabalhadores no local da realização de suas atividades laborais.
CONCLUSÃO:
A maioria do grupo analisado (45,94%) apresentou valores de pressão arterial dentro de limites considerados como normais. Nesse mesmo grupo, o total de pessoas com PA abaixo de 110/80 foi superior ao grupo de trabalhadores com PA acima 130/90, 32,43% e 21,62%, respectivamente. Na análise de fatores contribuintes ou condições gerais para o agravo ou desencadeamento de hipertensão arterial, foi visto que, quanto à idade e renda mensal, os grupos 1 e 3 não apresentaram diferenças significativas. Quanto ao consumo de álcool foi observado que praticamente metade de ambos os grupos analisados apresentaram esse hábito, trazendo com isso questionamentos quanto ao efeito na pressão arterial. Ocorreu algo parecido com o fator tabagismo, no qual a maioria de ambos os grupos não possuem esse hábito. Após a análise dos diversos fatores, foi visto que diversos parâmetros podem estar relacionados tanto com valores altos de PA quanto com valores baixos, sendo necessária medida de cuidados com a saúde dos referidos profissionais.
Palavras-chave: Hipertensão, Trabalhadores, Construção civil.