62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 5. História - 5. História Econômica
SUBMISSAS DONAS DE CASA OU SENHORAS DE NEGÓCIOS? DINÂMICA ECONÔMICOSOCIAL NO MARANHÃO COLÔNIA (1755-1822)
Paulo Juracy Carvalho Neto 1
Arianna Costa da Silva 1
Luana Pereira da Silva 1
Priscila Fernanda Sousa Lobato 1
Marize Helena de Campos 1, 2
1. UFMA
2. Orientadora
INTRODUÇÃO:

Ao pensarmos em economia no período colonial na América Portuguesa temos em mente que ela era regida somente por homens que estavam desbravando terras ou trabalhando com os rebanhos de gado vacum e cavalar. Esta idéia foi impulsionada pela visão clássica de Gilberto Freyre que ao longo de seus trabalhos cristalizou as mulheres no perfil de submissas donas de casa que passavam seus dias deitadas nas redes dando ordem aos escravos sem participar de forma ativa da receita de sua família. Partindo desse pressuposto este trabalho tem por objetivo mostrar como a economia também era movimentada por mulheres que, apesar de terem uma educação voltada para o lar, acabavam, em muitos casos, assumindo o gerenciamento do patrimônio familiar.

METODOLOGIA:

Esta análise foi realizada a partir de dados recolhidos em inventários post-mortem de mulheres, do período de 1755-1822 no Maranhão, localizados no Arquivo do Tribunal de Justiça (TJ-MA) em diálogo com estudos recentes acerca da história de mulheres e sua participação na dinâmica econômica propostos por Marize Helena de Campos para demonstrar como a documentação e a historiografia recente contradizem a proposta Freyriana.

RESULTADOS:

A partir desta pesquisa pode-se observar vivências femininas que atuavam ativamente no contexto socioeconômico maranhense no período analisado. Vê-se essas mulheres tomando e conta de bens herdados de seus maridos e/ou de seus protetores; também cuidando de propriedades que fornecem o sustento de sua família e também exercendo trabalhos dentro dos centros urbanos ou mesmo funções que são deixadas mais à margem da sociedade como o empréstimo de dinheiro a juros e também tocando negócios, como a venda de escravos, a produção de algodão, criação de gado vacum e cavalar. Enfim não se pode dizer um único ponto onde essas mulheres analisadas estavam inseridas já que atuavam em varias frentes para que pudessem manter seus bens e também sua família.

CONCLUSÃO:
Pudemos perceber que as mulheres também estavam inseridas no jogo econômico maranhense na segunda metade do século XVIII e inicio do século XIX fosse sustentando a sua família ou administrando bens herdados de seu marido ou de outrem.
Palavras-chave: Mulheres, Economia, Maranhão Colônia.