A hipótese do desafio prediz alterações nos andrógenos em função de desafios ambientais físicos e sociais, relacionados ou não a contextos reprodutivos. Inicialmente postulada para aves, esta vem sendo amplamente testada em diferentes espécies de animais, principalmente em machos. Apesar disto, estudos com fêmeas apontam variações dos andrógenos em situações de disputa e agressividade. Nos saguis (Callithrix jacchus), pequeno primata largamente utilizado como modelo biomédico, apenas a fêmea dominante reproduz, as demais são inibidas por parte da dominante. O que induz situações de tensão, principalmente durante o estabelecimento da hierarquia social. O objetivo deste estudo foi investigar a responsividade dos andrógenos, em fêmeas de sagui, em função de desafios de natureza social.

Foi observada uma elevação significativa (F= 4,16; p=0,02) dos andrógenos na fase de reunião, com relação à fase basal. Corroborando a hipótese do desafio, que prevê elevações destes hormônios em contextos de disputas. Durante a fase de reunião as relações de dominância são restabelecidas. O que nesta espécie está diretamente relacionado ao funcionamento ovariano. As dominantes apresentam ciclicidade ovariana, enquanto as subordinadas apresentam-se totalmente ou parcialmente inibidas. Ademais, estudos com fêmeas de sagui demonstram que a zona reticular, das glândulas adrenais, é responsável pela produção dos andrógenos e pode ter seu funcionamento modulado pela atividade ovariana.