A região do Munim, composta pelos municípios e povoados que abrigam o Rio Munim, em especial o município de Morros, vem se destacando como potencial turístico, sobretudo no que se refere às belezas naturais lá presentes. Para preservação desse cenário, é importante voltar a atenção para a degradação e outros problemas ambientais ao longo do leito da Bacia do Rio Munim que, dia após dia, aumentam em proporções desastrosas. O presente trabalho tem por objetivo apresentar o uso de geotecnologias para caracterização dos pontos de degradação ambiental da bacia hidrográfica do rio Munim, especificamente na cidade de Morros.

Para realização deste trabalho utilizou-se da abordagem qualitativa e quantitativa de pesquisa, na qual se realizou a coleta de dados in loco para posterior análise. Foi utilizado um GPS de navegação para georreferenciamento dos principais pontos de interesse e registro fotográfico para sua caracterização. Além disso, foi feita a espacialização dos pontos georreferenciados em uma imagem do satélite CBERS. Recorreu-se à análise documental em fichas, dossiês, artigos para levantamento de informações sobre os rios e o município foco desta pesquisa, além de entrevistas com moradores do município e turistas frequentadores dos rios. Investigou-se junto à comunidade e aos usuários do rio Una sobre o destino do lixo, o uso do rio, consciência ambiental e políticas de preservação.

As técnicas de mapeamento empregadas nesta pesquisa foram de grande importância para detectar os principais problemas sofridos pelos rios Una e Munim: ação predatória por parte dos donos de dragas que estão explorando o rio para a retirada, de seu leito, de pedra brita e areia, causando verdadeiros bolsões de areia em seu leito e margem; depósito do lixo da cidade próximo às margens do rio Una - afluente principal do rio Munim no município de Morros; sistemas de saneamento "in situ"; vazamento das redes coletoras de esgoto; e uso incorreto de agrotóxicos e fertilizantes de culturas próximos às margens. Conforme análise das técnicas utilizadas, constatou-se que a comunidade e turistas (usuários dos rios) caracterizam-se como principais agentes no processo de degradação e têm plena consciência deste fato.