62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Gestão e Administração - 9. Gestão e Administração
DIAGNÓTICO DAS COMPETENCIAS GERENCIAIS DOS COORDENADORES QUE ATUAM EM CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA    
Lydia Maria Pinto Brito 2
Clovis José Fernandes 1
Ionara Cortez Bezerra de Paiva 2
Andrea Kaliany da Costa Lima 2
1. Faculdade de excelência educacional do Rio Grande do Norte - FATERN
2. Universidade Potiguar - UnP
INTRODUÇÃO:

No ambiente globalizado de mercado em que o mundo se encontra, é necessária a busca cada vez maior pelo aumento da eficiência e competitividade. Após décadas de exploração (não que hoje não haja exploração do homem pelo homem) Estas vem sendo relegadas a um plano de inexpressiva participação nos resultados organizacional, as empresas descobriram que sua maior vantagem competitiva não está nas máquinas, na estrutura física e sim, nas pessoas. Essa descoberta veio incentivar vários estudos sobre o comportamento do homem nas organizações, e em destaque o que se refere ao desenvolvimento de competências. A educação, a exemplo de outras áreas, precisou organizar-se de forma mais "produtiva", mais "eficiente". Percebeu-se que para se atingir elevados padrões de qualidade eram necessários a presença de um gestor, um coordenador, competente (Andrade, 1998) e com perfil adequado para atender as diversas demandas que o cargo imprime. O foco de sua atenção além de estar voltado para a gestão didático-pedagógica, onde se concentra a essência da qualidade, também deve considerar aspectos comportamentais como liderança, comprometimento e ética, sem se esquecer dos aspectos políticos, hoje notoriamente presente no âmbito organizacional. Nesta perspectiva, o presente estudo objetivou identificar que elementos no contexto organizacional influenciaram positivamente ou negativamente o processo de desenvolvimento de competências dos gestores de cursos superiores de tecnologia.

METODOLOGIA:

A primeira etapa da pesquisa foi a fundamentação teórica de autores que discutem a temática competência, como: Hamel e Prahalad (1995) as core competence ou competências essenciais como aprendizado coletivo na organização, Ruas (1999) a capacidade de mobilizar, integrar e colocar em ação conhecimentos, habilidades e formas de atuar, Fleury e Fleury, (2000) e Le Boterf (1997) o saber agir responsável, tem sido uma das premissas das organizações de aprendizagem. A segunda etapa da pesquisa foi o mapeamento das Instituições de Ensino Superior, públicas e privadas, que ofertam cursos superiores de tecnologia na cidade de Natal/RN. Foram identificados 32 cursos superiores de tecnologia. ofertados no período letivo 2009.2, distribuídos em 1 (uma) IES pública e 6 (seis) IES privadas, conforme dados do INEP. Das 7 (sete) IES pesquisadas, obteve-se respostas de 30 gestores de cursos, o que dá uma taxa de retorno de 93,75%. Na terceira e última etapa foi aplicado um questionário adaptado de Braga e Brito (2009), construído com perguntas fechadas e abertas. Os dados foram coletados no período de outubro e novembro de 2009. Quanto aos procedimentos metodológicos, trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e quanto aos objetivos descritiva. A escolha da temática ocorreu por que: a) a educação tecnológica é um setor da educação com aumento expressivo de ofertas tanto no setor público como privado, além de ser vista pelo atual governo como prioridade; b) o estudo das competências gerenciais pode contribuir para uma melhor eficácia dos processos e procedimentos deste segmento.

RESULTADOS:

No que se refere à variável competência, os elementos no contexto organizacional que influenciaram positivamente ou negativamente no processo de desenvolvimento desta variável, segundo percepção dos gestores, foram considerados: Positivamente destaca-se bom relacionamento entre os colegas, relações de amizade e companheirismo. E Negativamente, destaca-se a excessiva carga de trabalho e falta de incentivo às atividades consideradas fundamentais na educação, como pesquisa e extensão. Percebe-se, ainda, a ausência de processos e/ou procedimentos de gerenciamento de competências por partes das IES pesquisadas, conforme relato dos gestores, o que, segundo os mesmos, influencia negativamente ao ambiente organizacional.

CONCLUSÃO:

O desenvolvimento das competências, conforme asseveram Nonaka e Takeuchi deve ser uma ação conjunta entre organização e indivíduo, por haver entre eles uma relação de dependência e complementaridade, o que os autores denominam "necessidades de integração". Inseridas num contexto de elevada competitividade, as Instituições de Ensino Superior são obrigadas a repensar a lógica que orienta o pensamento corporativo e investir no desenvolvimento e gestão de competências. A profissionalização dos cargos gerenciais na educação surge, principalmente, a partir da necessidade do gestor da área educacional de conciliar a gestão administrativa, pedagógica, acadêmica e científica. Nesta perspectiva, os dados apresentados são importantes para as estratégias organizacionais que visem o aumento de eficácia e conseqüentemente a criação de vantagem competitiva. Esses dados podem ser utilizados pelas IES para que avaliem os aspectos que interferem na estrutura da gestão de competências. Somente através desta reflexão será permitido um desenvolvimento mais eficaz dos processos e procedimentos.

Palavras-chave: Competências Gerenciais, Vantagem competitiva, Educação Tecnológica.