62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE PARASITISMO COMO PROPOSTA DE PREVENÇÃO ÀS PARASITOSES INTESTINAIS NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE (PB).
Patrícia Silva Basílio 1
Francisco Diego do Nascimento Saraiva 2
Márcia Adelino da Silva Dias 3
1. Depto. de Ciências Biológicas - Universidade Estadual da Paraíba
2. Depto. de Ciências Biológicas - Universidade Estadual da Paraíba
3. Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Ciências Biológicas - Universidade Estadual
INTRODUÇÃO:
As parasitoses são um dos problemas mais comuns entre as crianças em idade escolar, sendo responsáveis por inúmeras patologias e, segundo Castro et. al. (2004), representa um grave problema de saúde pública no Brasil. Portanto, conhecer sobre a profilaxia, formas de contágio e terapêutica dessas doenças pode ajudar na erradicação. Contudo é preciso educar para a saúde levando em conta os aspectos envolvidos na formação de hábitos e atitudes que levem a manutenção do estado de saúde. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2000) destacam que a abordagem dos temas sobre a saúde humana abordados nos níveis da educação básica deverão contribuir para uma postura preventiva, motivo pelo qual a educação para a saúde deverá permear todas as áreas do currículo. Sob esse ponto de vista, destacamos as necessidades de formação dos educadores, para que as informações sejam difundidas de forma correta e elucidativa. De acordo com Falavigna et. al. (1997, p.650), as parcerias com a comunidade, ajudam na implantação de medidas integradas de combate às parasitoses. Nesta pesquisa propusemos identificar se os alunos do ensino fundamental de três escolas localizadas em Campina Grande (PB) conhecem as medidas de prevenção contra as doenças parasitárias intestinais, por meio e atividades integradoras escola-comunidade.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi desenvolvida no ano de 2009, entre os alunos do Ensino Fundamental de três escolas estaduais localizadas na cidade de Campina Grande - PB. Inicialmente foi aplicado um questionário composto por questões abertas e fechadas, objetivando identificar as concepções e atitudes das crianças sobre as parasitoses intestinais e as medidas preventivas, no qual as questões versavam sobre o conceito de parasitismo, saúde, doença e os cuidados com a saúde. Para evitar a inibição das crianças em relação às respostas, os questionários foram anônimos, identificados por uma numeração em etiqueta adesiva. Os dados foram analisados com utilização do software MODALISA 4.5, o qual contribui para a realização de análise qualitativa de dados quantitativos. As questões abertas dos questionários permitiram a construção de categorias, as quais foram organizadas em subcategorias, que por sua vez objetivaram garantir a maior precisão da análise. Com base nas concepções expressas pelos sujeitos da pesquisa, foi realizada a análise Lexical, conforme Bardin (1977), respeitando-se a definição operacional das categorias de forma a não se perder a abrangência e riqueza das respostas.
RESULTADOS:
Quando questionados a respeito do que seria um parasita intestinal, o léxico de maior repetição entre os alunos foi animais/bichos, verificado em 26,6% das respostas dadas pelos alunos, alguns ainda acrescentando que estes "bichos" vivem dentro de outro organismo. Dentre os estudantes participantes da pesquisa, 11,1% classificam os parasitas intestinais como vermes, enquanto, outros 19,1% não souberam identificar a categoria taxionômica, citando apenas os possíveis locais onde esses são encontrados - dentro ou fora do organismo humano. Como exemplos de parasitas intestinais, 44,4% dos alunos citaram a lombriga, 15,9% a solitária, 11,9% remeteram aos vermes sem especificar, enquanto outros 0,4% classificaram como parasitas, as amebas e os fungos. Em relação aos aspectos que colaboram para a aquisição dos parasitas intestinais, a falta de higiene e de cuidados com o corpo obteve freqüência de 50,0% entre os alunos, revelando que esses têm ciência quanto a este quesito. Quanto aos prejuízos que os parasitas podem causar a saúde, os alunos citaram a morte e a dor de barriga como principais. Dos alunos que responderam ao questionário, 71,3% demonstrou saber se prevenir contra as parasitoses, citando como medidas preventivas, o cuidado com os alimentos (lavagem e cozimento), higienização pessoal (mãos, dentes e corpo) e o uso de calçados.
CONCLUSÃO:
Com este estudo percebemos a existência de conflito acerca da concepção do conceito de parasita intestinal e quanto à identificação da sua categoria taxionômica, para a maioria dos estudantes que dela participaram. Apesar da metade dos estudantes participantes da pesquisa demonstrar conhecer as formas de contágio e as medidas de prevenção contra as parasitoses intestinais, todavia é importante destacar que o trabalho de educação para a saúde deve ser constante no espaço escolar e extensivo a comunidade. Fundamentalmente quando pensamos em um ensino que objetiva formar para a vida e a cidadania este fato sugere a necessidade de estratégias didáticas de abordagem do conteúdo que incluam a intervenção na área de educação para a saúde, de modo a proporcionar aos mesmos uma mudança de atitude de modo a reduzir consideravelmente a incidência das parasitoses entre os escolares.
Instituição de Fomento: Universidade Estadual da Paraíba - PROEAC - Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários
Palavras-chave: Formação de conceitos, Ensino fundamental, Escolas públicas.