A Unidade Educacional Infantil é uma creche-escola da UFRN, que atende filhos de servidores, na faixa etária de 4 meses a 4 anos. Se fundamenta em princípios socio-interacionistas de Piaget, Wallon e Vygotsky. As turmas se dividem inicialmente por idade, sendo a do Berçário de 4 meses a 1 ano e 5 meses. O trabalho pedagógico das turmas I, II e III já era sistematizado no início dessa pesquisa. Com os estudos e discussões feitas pelo grupo, era importante realizar um trabalho com os bebês, antes feito de forma espontânea, sem intencionalidade pedagógica. A UEI decidiu realizar mudanças significativas, tema desse trabalho de pesquisa, tendo como objetivo sistematizar o processo de mudança de paradigma do trabalho realizado no Berçário da UEI.  A entrada de uma professora/pedagoga fixa em sala; a sistematização de rodas de conversas e músicas, historinhas, planos de trabalhos, o desenvolvimento da oralidade, a interação entre o grupo, a imitação, as brincadeiras, tudo foi se organizando para o reconhecimento da criança, da identidade, autonomia e conhecimento de mundo. Assim, de voltado aos cuidados, passou-se a um trabalho de cuidar e educar, funções da Educação Infantil. Esse trabalho contribui para a formação de educadores, pois enfatiza o desenvolvimento e aprendizagem de bebês.

O trabalho desenvolveu-se na UEI, Unidade Educacional Infantil, situada no Complexo do CCS/UFRN, em Petrópolis, Natal/RN, com 15 crianças de 4 meses a 1 ano e 5 meses. Foi uma pesquisa qualitativa, tendo a pesquisadora como autora/atora da mesma, bem como com a participação de toda a equipe da Unidade. Foram realizados grupos de estudos sistemáticos, discussões com a equipe e leitura de uma vasta bibliografia sobre o desenvolvimento e aprendizagem dos bebês, como também da legislação atual e documentos que fundamentam a Educação Infantil na contemporaneidade. A entrada de uma professora/pedagoga fixa em sala; a sistematização de rodas de conversas e músicas, historinhas, planos de trabalhos, o desenvolvimento da oralidade, a interação entre o grupo, a imitação, as brincadeiras, tudo foi se organizando para o reconhecimento da criança, da identidade, autonomia e conhecimento de mundo. A avaliação contínua das crianças, realizada no dia-a-dia, possibilitou a realização de um trabalho intencional com cada criança do grupo

A avaliação do trabalho era realizada pela equipe do Berçário, através de registros escritos e fotográficos. As atividades novas que iam sendo propostas, como o uso da câmera fotográfica, do DVD, do aparelho de som, das atividades com os papéis, os lápis grossos, as tintas, o túnel, o rolo, a bola grande...tudo isso entusiasmava os bebês. A sala de estimulação/interação foi pensada e organizada para tornar-se um ambiente atrativo, acolhedor e significativo para o grupo, onde as crianças e educadoras agiam, interagiam, sentiam, aprendiam e ensinavam, nessas trocas afetivas e cognitivas que iam se aprimorando entre si, com o outro, o ambiente e a linguagem. Esses resultados alcançados pelo grupo eram passados para toda a equipe pedagógica nas reuniões, quando também eram dadas sugestões e orientações para o ótimo prosseguimento e desenvolvimento do trabalho com as crianças bem pequenas.

Considerando a importância que os primeiros anos de vida têm para o desenvolvimento infantil é que esta pesquisa teve como propósito demonstrar através de nossa percepção/ação/observação e visão, as mudanças de concepções e de paradigma do trabalho desenvolvido com crianças de 4 meses a 1 ano e 5 meses, no berçário da Unidade Educacional Infantil, UEI/UFRN. Essas mudanças têm por base estudos/pesquisas que vem incorporando novos conceitos à prática educativa realizada com crianças na faixa etária citada. Conceitos antigos que, revistos refletidos e redimensionados, passam a formar um novo "corpus conceitual" acerca dos fundamentos da educação infantil, e assim, possibilitam e estruturam a construção de uma nova práxis pedagógica, que contribua para a obtenção de resultados positivos na construção e reconstrução de conhecimentos, valorizando e compreendendo a criança como um ser diferente do adulto em suas inúmeras especificidades, capaz de avançar e desenvolver-se satisfatoriamente de acordo com sua faixa etária. As novas funções da Educação infantil juntam-se a uma percepção igualmente inovadora das creches, como instituições não somente de fins assistencialistas, mas como espaços educativos onde se configuram as ações de cuidar e educar, visto que uma não se separa da outra.