62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 13. Serviço Social - 2. Serviço Social da Criança e do Adolescente
Adolescentes Institucionalizados: uma realidade a ser desvendada.
Anna Luiza Lopes Liberato 1
Cynthya Raphaella Gomes Menezes 1
Karina Leonardo do Nascimento 1
Maria Luiza da Costa Oliveira 1
Mônica Maria de Calixto de Farias Alves 1, 2
Brena Karoline Cavalcante de Oliveira 1
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
2. Orientadora - Profª. MS
INTRODUÇÃO:

O Estatuto da criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069/90 define o adolescente como pessoa entre 12 e 18 anos incompletos em situação peculiar de desenvolvimento, estando, portanto, em processo contínuo de formação biopsicossocial. Na sociedade brasileira a trajetória da criança e do adolescente é historicamente marcada por estigmas, sendo esses destituídos de uma identidade, sobretudo, quando são pobres, pois por muito tempo a pobreza esteve relacionada a questões morais, responsabilizando assim, os indivíduos pela sua condição.

Um exemplo do estereótipo relacionado aos adolescentes institucionalizados é o que o define como "menor" que persiste do Código de menores de 1979 até hoje, apesar dos avanços na legislação. Em março de 2009 iniciamos uma intervenção na Casa Comunitária Pirangi, abrigo provisório administrado pela Fundação Estadual da Criança e do Adolescente (FUNDAC) direcionado a crianças e adolescentes entre 02 e 18 anos incompletos em situação de risco pessoal, e/ou privados da convivência familiar por abandono ou orfandade
METODOLOGIA:

Dentre as técnicas utilizadas destacamos as entrevistas realizadas com os adolescentes abrigados na referida instituição para que fosse possível a construção do perfil socioeconômico, político, histórico e cultural destes afim de conhecer a sua realidade, como também compreender as questões referentes aos motivos que os levaram ao processo de abrigamento.

Considerando a dimensão técnica associada às dimensões teórico-metodológica e ético-política foram construídas oficinas nas quais utilizamos dinâmicas e fomentamos as discussões acerca dos seguintes temas: cidadania, identidade, família dentre outras, pois entendemos que esses adolescentes precisam ser trabalhados na perspectiva da emancipação, possibilitando que tais sujeitos sejam protagonistas de suas histórias; realizamos também atividades externas a Casa Comunitária Pirangi.

Ponderamos a vivência de cada adolescente abrigado e as condições objetivas de trabalho presente na unidade para a realização das oficinas, uma vez que identificamos alguns limites como o déficit educacional no que tange a escrita e leitura dos adolescentes.

Utilizamos recursos que facilitaram a intervenção, como: jogos educativos, recursos musicais, dinâmicas, atividades com recorte e colagem de figuras, internet como fonte de pesquisa e etc.

RESULTADOS:
O resultado parcial obtido no referido processo de intervenção, apesar de não ter sido concluído, possibilitou uma maior apreensão acerca da realidade dos adolescentes institucionalizados, assim como aliado as leituras referentes à temática em questão têm contribuído para a desconstrução dos estigmas que perpassam esse segmento.
CONCLUSÃO:

O projeto de extensão em pauta oportunizou aos discentes envolvidos, seja como bolsista ou como colaborador, no contato destes com a realidade dos adolescentes, publico alvo das ações, subsídios para a sua formação profissional, representando assim a relevância acadêmica do mesmo.

Além disso, foi necessário aos discentes a sua inserção no processo de criação das oficinas, elaboração das atividades, escolha das dinâmicas, a leitura de textos relacionados à realidade em estudo, requisitando, principalmente dos bolsistas e do discente voluntário, empenho no desenvolvimento das ações e proporcionando a todos, amadurecimento profissional.

O trabalho realizado também promoveu um contato mais próximo com as questões que perpassam o cotidiano profissional do assistente social na unidade

As ações envolveram ainda a comunidade, uma vez que buscamos utilizar os recursos presentes no bairro para desenvolver algumas atividades.

Instituição de Fomento: FAEX- UFRN
Palavras-chave: adolescentes abrigados, sujeitos de direitos, estigmas.