62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MILHO SUBMETIDAS AO ESTRESSE SALINO
Jefferson Salvador Lima Padilha da Silva 1
Flavio José Rodrigues Cruz 1
Hadrielle Karina Borges Neves 1
Hugo Amancio Sales Silva 1
Monyck Jeane dos Santos Lopes 1
Roberto Cezar Lobo da Costa 1, 2
1. Instituto de Ciências Agrárias/ Laboratório de Fisiologia vegetal Avançada, UFRA
2. Prof. Dr. Orientador.
INTRODUÇÃO:
A salinização do solo afeta negativamente a germinação, o estande das plantas, o desenvolvimento vegetativo das culturas, a produtividade e, nos casos mais graves, causa a morte das plântulas, pois reduz o potencial osmótico, retendo água, além da ação dos íons sobre o protoplasma. A água é osmoticamente retida em solução salina, de forma que o aumento da concentração de sais a torna cada vez menos disponível para as plantas. Com o aumento da salinidade, ocorre a diminuição do potencial osmótico do solo, dificultando a absorção de água pelas raízes. Esse fato contribui para o desencadeamento de um conjunto de efeitos negativos sobre a semente que vão desde alterações de enzimas relacionadas com de açucares complexos ou mesmo intoxicação do embrião pelo Cl-. O presente trabalho teve como objetivo analisar o efeito do estresse salino promovido por NaCl, CaCl2 e KCl.
METODOLOGIA:
O experimento foi montado no laboratório de Fisiologia Vegetal Avançada da Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém-Pará. Foram utilizadas sementes de milho BRS - 4154 obtidas da EMBRAPA Milho e Sorgo. Os tratamentos consistiram de uma concentração de 150 mM de NaCl, CaCl2, KCl e o controle. O tratamento controle consistia em água destilada apenas. Cada tratamento foi constituído por quatro repetições de 50 sementes postas entre três folhas de papel toalha embebidas com as soluções de 150 mM de NaCl, CaCl2, KCl e o controle (água) na proporção 2,5 o peso do papel toalha seco. Os papeis toalhas embebidas já com as sementes foram enrolados e mantidos a temperatura de 25°C±1. O teste de germinação foi realizado computando-se as plântulas normais sete dias após a semeadura e a primeira contagem foi realizada no quarto dia após o semeio. O índice de velocidade de germinação foi obtido conforme a formula: IVG= G1/N1 + G2/N2 + Gn/Nn, onde G é o numero de sementes germinadas no dia de cada avaliação (N). Os resultados do teste de germinação e primeira contagem sofreram transformação pelo mediante a fórmula: arcosen (x/100)1/2 e Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
Houve efeito significativo (p<0,05) do estresse salino sobre a germinação de sementes. Os tratamentos controle, NaCl e CaCl2 não diferiram entre si. Já o tratamento com KCl foi inferior e diferiu dos demais tratamentos. Os tratamentos relativos à 1ª contagem não apresentaram diferenças estatísticas entre si (p>0,05). Em relação ao IVG, houve diferença estatística entre os tratamentos onde o controle apresentou valor de IVG 10,78; seguida de KCl (9,22); NaCL (9,90) e CaCl2 (6,96). O estresse salino reduz o Ψw do meio dificultando o processo de embebição, que conforme a intensidade e tempo de exposição ao estresse pode haver retardo ou mesmo ausência de germinação. A ausência de diferenças estatísticas na 1ª contagem possivelmente se deva ao tempo de exposição das sementes aos sais, pois talvez ele não tenha sido suficiente para a manifestação da toxidez do íon Cl- , que causa intumescência protoplasmática, afetando as enzimas relativas ao processo germinativo. Quanto ao IVG, a toxidez causada pelos sais desencadeou respostas diferentes quanto á velocidade de germinação das sementes, pois o íon Cl- é potencialmente toxico, comprometendo os processos metabólicos envolvidos com a quebra de açúcares e de proteínas, necessários à germinação ou mesmo matando o embrião da semente.
CONCLUSÃO:
O KCl reduziu o percentual de sementes germinadas. Não houve diferenças na 1ª contagem quanto aos resultados dos tratamentos envolvidos. O IVG foi afetado pela salinidade sendo o KCl, NaCl e CaCl2 , respectivamente os sais que mais afetaram a velocidade de germinação.
Instituição de Fomento: Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
Palavras-chave: KCl, CaCl2, NaCl.