62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA NO ASSENTAMENTO PALMARES II NO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS-PA.
Jacivane Oliveira Mota 1
Ana Paula de Oliveira Almeida 1
Liliam Carvalho de Oliveira 1
Raquel Santana de Sousa 1
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ-UFPA
INTRODUÇÃO:

Durante os primeiros anos de assentamento, a Assistência técnica que os agricultores de Palmares dispunham eram vinculadas aos créditos rurais. Com a conquista do projeto de investimento grupal - PROCERA teto II - em 1997/98, foi destinado 2% para elaboração e assistência técnica. No período de 2007 a 2008 a empresa responsável pela assistência técnica no P.A. foi a COPSERVIÇOS (Cooperativa de prestação de serviços). Em 2009 foi firmado um convênio com o INCRA para desenvolver ATES - Assessoria Técnica Social e Ambiental, por um período de três anos, onde a COPSERVIÇOS, por licitação, obteve direito em prestar assistência técnica aos P.A´s da região. Segundo a COPSERVIÇOS, o trabalho da assistência técnica consiste em buscar técnicas mais viáveis a fim de melhorar os rendimentos das atividades agropecuárias aproveitando os conhecimentos populares, elaboração de projetos agropecuários, assessoria nos assuntos sociais, políticas e ambientais.  O trabalho é realizado em parceria com INCRA, IBAMA, Bancos, EMATER, Prefeitura Municipal de Parauapebas, MST, FETAGRI, STTR, SINTRAF.O objetivo deste artigo é mostrar a real situação do serviço da ATER no P.A. (projeto de assentamento) Palmares II, e como essa assistência vem contribuindo para a vida e permanências desses agricultores assentados.

METODOLOGIA:

Para realização desta pesquisa inicialmente buscou-se referencias bibliográfica a respeito de assistência técnica no Brasil e no sudeste paraense. Posteriormente, no período de 5 a 11 de dezembro, durante o estagio de campo da turma de Eng. Agronômica 2005, aplicou-se questionário aos agricultores do P.A. Palmares. As perguntas sobre assistência técnica foram inseridas no questionário padrão do estagio, e houve colaboração de todos os alunos da turma para aplicação deste.Os dados foram sistematizados.Houve também pesquisa junto à prestadora de serviços responsável pela assistência técnica no P.A. Palmares, onde foi realizadas conversa com técnicos que trabalham em palmares, e acesso a alguns documentos do arquivo da prestadora de serviços. 

RESULTADOS:

As visitas são realizadas pelos técnicos nos lotes de cada agricultor. A partir da coleta de dados é observado a demanda pela assistência técnica, que pode ocorre a nível de lote individual, ou em grupos de interesse. Ocorre então a orientação econômica, ambiental, e técnica, que pode ser através de visitações, mutirões, ou palestras.  Dos 62 agricultores do P.A. Palmares entrevistados, 18% relataram receber assistência técnica e 82% não recebem assistência. Quanto á qualidade do serviço prestado, 46% agricultores classificaram como bom, 36% como regular, e 18% classificaram como péssimo. Quanto ás melhorias que a assistência técnica trouxe ao sistema de produção, 27% dos agricultores relataram que melhorou muito, para 18% agricultores melhorou pouco, e para 55% agricultores não interferiu em nada, nem um agricultor relatou pioras no sistema produtivo. Quanto aos 50 agricultores entrevistados que não recebem assistência técnica, 69% nunca procuraram, 15% já buscaram assistência técnica, e 7% não responderam. Dos agricultores que já buscaram assistência técnica, 9% procuraram a associação do assentamento (APROCPA, Associação dos produtores e comercio de Palmares).

 

CONCLUSÃO:

A assistência técnica na região Sudeste do Pará tem sido um grande desafio, não só para as famílias assentadas como às Cooperativas de prestação de serviços. Um dos grandes problemas é a falta de programa de investimento nessa área por meio dos órgãos públicos. Comumente ocorrem apenas ações de contratos temporários que termina justamente em períodos críticos, e não há acompanhamento do desenvolvimento das atividades das famílias. Por ser uma região geograficamente difícil e com sua complexidade de formação política nas áreas de assentamentos é que a assistência técnica requer que a ATES seja uma política pública, ou seja, um programa de governo; universalização da assistência técnica e que seja gratuita aos agricultores familiares; cursos de formação e capacitação para as equipes técnicas; que as instituições de pesquisa procurem tecnologias considerando as características da produção agropecuária na região.

Palavras-chave: Assistência técnica, Crédito rural, Assentamento Palmares II.