62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 4. Fitogeografia
ANÁLISE FITOSSOCIOLOGICA DA MATA ATLÂNTICA DA RESERVA LEGAL RIACHO PAU-BRASIL, DESTILARIA MIRIRI/PB
Edna Oliveira Gonçalves 1
Celinaldo Alves dos Santos 1
João Batista Segundo Frutuoso 2
Carlos Antônio Belarmino Alves 1
Robson Pontes de Freitas Albuquerque 1
Luciene Vieira de Arruda 1
1. Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
2. Escola Superior de Agricultura "Luís de Queiroz" - ESALQ
INTRODUÇÃO:
A Mata Atlântica brasileira considerada uma das maiores florestas tropicais do mundo, em sua extensão original, ocupava cerca de 15% do território brasileiro e se fazia presente  na região Nordeste, exceto o Maranhão, além dos estados de ES, RJ, MG, GO, MS, SP, PR, SC e RS. Da cobertura original restaram apenas 7,6%, com maior intensidade nas regiões do Sudeste e Sul do país (Lino, 2002). A área de mata atlântica da Paraíba corresponde à Mesorregião da Mata Paraibana, que engloba 22 municípios situados em uma faixa de até 100 km entre a costa litorânea e o interior do estado, corresponde a 5.231 km2 ou 9,3% do território paraibano (SUDEMA, 2004). Trata-se da faixa territorial ocupada por resquícios de mata atlântica, vegetação bastante reduzida para dar espaço às diversas modalidades de uso, uma vez que se caracteriza como a área mais ocupada do estado. O presente estudo objetiva fazer uma análise fitossociológica da Mata Atlântica da Reserva Legal Riacho Pau-Brasil (RLRPB) para assim contribuir no aprofundamento dos estudos sobre a flora nativa, diagnosticar e conhecer sua composição.
METODOLOGIA:
O tipo de amostragem aplicada foi o método dos quadrados, metodologia proposta por Mueller-Dombois & Ellenberg (1974), Rodal et al., (1992) e Araújo & Ferraz (2004), realizadas em três unidades amostrais de 10 x 10 m. Os participantes foram dois estudantes bolsistas, sendo um da graduação em Geografia outro da Especialização em Geografia e Território, da Universidade Estadual da Paraíba, Campus III. Os alunos foram acompanhados pelos professores colaboradores e pela orientadora da pesquisa. Para cada indivíduo foi coletado material botânico para identificação, medido o DAP (diâmetro a altura do peito), altura média através de uma vara metálica graduada de 5 m, cobertura da copa e altura do tronco, constando também o nome popular e a etno-botânica; bem como calculados todos os parâmetros fitossociológicos. O material fértil das espécies pesquisadas na mata foi coletado ao longo de seis meses, no período de agosto de 2009/fevereiro de 2010. A identificação das mesmas foi realizada a partir de literatura apropriada, comparação com outras exsicatas por meio de fotos e pesquisas bibliográficas.
RESULTADOS:

Nos três pontos amostrais da RLRPB em que se efetuou a pesquisa foram encontrados 196 indivíduos pertencentes a 19 famílias, distribuídos em 30 gêneros, entre 37 espécies identificadas. Desse total, apenas três espécies não foram identificadas. As famílias com maior riqueza de espécies foram Myrtaceae apresentando 37 indivíduos, seguida de Lecythidaceae com 30 indivíduos e Sapindaceae tendo 24 indivíduos; já as espécies com maior predominância foram Eschweira ovata (Cambess) Mart., Acca sellowiana (O. Berg) e Tapirira Guianensis Aubl. A altura e diâmetro médios apresentaram respectivamente 4,30 m e 2,32 cm, 7,52 m e 2,63 e 9,50 m e 4,88 cm.

Segundo Lorenzi (1949) a espécie Eschweira ovata (Cambess) Mart. se caracteriza como planta perenifólia, secundária, característica e exclusiva das matas pluviais Amazônica e Atlântica. Acca sellowiana (O. Berg), de nome popular Goiaba do mato, pertence à família Myrtaceae. Sendo nativa no Rio Grande Sul e ocorrendo nas florestas com araucária e na Serra do Sudeste (Sobral et al. 2006). A espécie Tapirira Guianensis Aubl., pertencente a família Anacardiaceae, ocorre nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do País. É muito encontrada em formações secundárias de solos úmidos de várzeas e margens de rios e em ambientes secos de encostas (Lorenzi, 1949).

CONCLUSÃO:
A análise fitossociológica dos fragmentos amostrais da Reserva Legal Riacho Pau-Brasil mostrou o estágio de floresta secundária em que a mesma se encontra, bem como a conclusão de que a atividade antrópica implicou na interferência do desenvolvimento e diversidade das espécies amostradas, caracterizando-a como um fragmento de floresta atlântica em regeneração natural.
Instituição de Fomento: Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
Palavras-chave: Fitossociologia, Mata Atlântica, espécies.