62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Gestão e Administração - 1. Administração Geral e Gestão Estratégica
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NAS UNIVERSIDADES
Cleberson Carlos da Cunha 1
Gustavo Lambert 1
Rômulo Thales Azevedo 1
André Bittencourt Leal 2
1. Grupo PET Engenharia Elétrica, Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC
2. Prof. Dr./Orientador - Depto de Engenharia Elétrica - UDESC
INTRODUÇÃO:
A partir dos anos 60, certas universidades assimilaram os processos de planejamento estratégico (PE), até então realizado em empresas privadas, para definir suas missões e traçar seus objetivos a longo prazo. Hoje, grande parcela das IES adotam a administração estratégica como modelo no seu planejamento com intuito de potencializar o desenvolvimento de sua atividades, orientando todas as suas ações, facilitando a gestão e a tomada de decisões. Com a consolidação do PE nas universidades faz necessário um aprimoramento desta metodologia nos seus segmentos internos, de modo que todos os departamentos/setores/grupos lotados nesta, possam desenvolver suas atividades planejadas estrategicamente. Assim, são apresentadas de maneira simplificada um método para que todos esses segmentos adotem o PE para conduzir seu trabalho. Como exemplo prático são discutidos os resultados obtidos com a primeira experiência do planejamento estratégico realizado no triênio 01/2007-12/2009 pelo grupo PET Engenharia Elétrica, sendo este um segmento da Universidade do Estado de Santa Catarina composto por 12 acadêmicos bolsistas e um professor tutor.
METODOLOGIA:
Para a realização de um PE que possa nortear as ações desenvolvidas no segmento da universidade que o adote e atenda minimamente seus objetivos deve-se considerar os seguintes itens: (a) Identificação da visão e valores do grupo/segmento que o realizará, de modo que todos que estejam envolvidos saibam onde este segmento que chegar em determinado período e quais são os princípios que sustentarão suas decisões; (b) Realizar uma análise do ambiente de modo a se alinhar com os objetivos da universidade que o comporta, além de avaliar tudo que não pertence ao seu ambiente e pode favorecer ou não o seu trabalho; (c) Realizar uma análise interna e dos "concorrentes", onde dentro do seu ambiente deve ser avaliado o que tem sido bem realizado e deve permanecer ou quais erros já foram detectados e não podem se repetir. Já na análise dos "concorrentes" deve ser avaliado o que segmentos semelhantes de outras IES estão realizando e o que é possível extrair a seu favor; (d) Estabelecer objetivos estratégicos que contemplem todas as características desejadas para o grupo em questão onde deve se relevar os aspectos avaliados nos itens anteriores, além das novas necessidades detectadas. A partir desses objetivos definir metas para serem atendidas ao longo do prazo definido.
RESULTADOS:
Para o triênio, foi definida uma visão desafiadora de maneira que envolvesse e estimulasse todos os integrantes. A ideia teve como pretensão motivar as pessoas e garantir que ao término do período as metas fossem cumpridas. No planejamento foram estipulados 12 objetivos estratégicos que implicaram em 9 metas, estratificadas e redistribuídas em metas anuais. Para traçar os objetivos estratégicos foi necessário estimar os resultados desejados, o que tornou mais fácil projetar metas para o cumprimento dos mesmos. Após uma análise da visão do grupo, para o fim do triênio, os objetivos estratégicos foram escritos e pode-se observar os resultados obtidos através do objetivo: "TERÁ PROMOVIDO MELHORIAS PERMANENTES NA INSTITUIÇÃO", depois de definir este, o grupo traçou metas quantitativas. Por meio destas, pode-se acompanhar o andamento dos resultados ao longo dos três anos e assim cumprir etapas até atingir o resultado desejado. No início estabeleceu-se a meta de "Promover 12 melhorias efetivas numa instituição", que foi desmembrada anualmente. De tal maneira conseguiu-se verificar ao fim de cada ano se a meta em questão estava sendo cumprida e assim replanejar se preciso.
CONCLUSÃO:
A adoção do PE dentro da IES permite que o processo de execução de atividades seja otimizado qualitativa e quantitativamente, além de favorecer o aproveitamento do tempo. Quando aqueles que atuam no processo possuem bem claro os objetivos do seu trabalho, trabalham motivados e mantém a boa fluência na realização das atividades. Ao fim do triênio, no estudo de caso citado, foi possível constatar que o PE auxiliou a atingir cerca de 90% de todas as 9 metas definidas. Metas estas, quando planejadas, tidas como desafiadoras e audaciosas. Houve em vários momentos a rediscussão dos objetivos com intuito de fixá-los a todos os envolvidos, de modo que ficasse claro o porquê dele ter sido determinado. Por fim, o PE nos segmentos internos da universidade equivale a estratificação dos objetivos da universidade que cabem a esse segmento somado aos anseios particulares do grupo em questão. Um grupo de pesquisa, por exemplo, pode planejar estrategicamente: a dimensão de sua futura contribuição para a ciência; número de publicações num determinado período ou quantidade de pessoas atingidas pelos resultados. Neste caso seria relevado o interesse da universidade no desenvolvimento de pesquisa e as vontades dos componentes do grupo em realizar produção científica, ou mesmo obter reconhecimento.
Instituição de Fomento: Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC; Ministério da Educação - MEC, PET - Programa de Educação Tutorial
Palavras-chave: Planejamento Estratégico, Administração Estratégica, Gestão.