62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
A PERSPECTIVA DIDÁTICA DE EXPERIMENTOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: CONSTRUINDO CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS SOBRE PRESSÃO ATMOSFÉRICA PARA OS ALUNOS DE 6º ANO
Muriel André de Moura 1
Mirna de Assis Parente Dutra 1
Mariele Regina Pinheiro 2, 3
Alceu Junior Paz da Silva 2, 4
Marco Aurelio Clemente Gonçalves 2, 4
1. Curso de Lic. Ciências Naturais e Matemática - Univ. Fed. Mato Grosso - UFMT
2. Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais - ICNHS -UFMT - Campus Sinop
3. Profª. M. Sc.
4. Prof. M. Sc./Orientador
INTRODUÇÃO:

O presente trabalho foi desenvolvido por discentes e docentes do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais e Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT - Campus Sinop e é parte integrante de um Projeto de Extensão desenvolvido pela própria instituição em conjunto com professores do Ensino Fundamental da Rede Pública do município de Sinop, intitulado: Ações Educativas em Ciências: Construindo um trabalho colaborativo entre Universidade e Escolas. O cerne do desenvolvimento deste deu-se por conta das dificuldades em se trabalhar Ciências no Ensino Fundamental em nosso município, dada, entre outros fatores, a falta de profissionais capacitados na respectiva área. Aproximadamente 40% dos professores responsáveis pela disciplina de Ciências em Sinop não têm adequada formação para desempenhar tal função. Uma vez verificadas estas dificuldades, através de minucioso levantamento junto às Escolas, e como forma de responder rapidamente às carências constatadas, buscou-se desenvolver, no que diz respeito ás atividades em sala, atividades práticas com materiais de baixo-custo que os professores de Ciências puderam, imediatamente, proporcionar aos seus respectivos alunos, no caso, discentes da quinta série do Ensino Fundamental da Rede Pública.

METODOLOGIA:

À priori, foi apresentado uma espécie de projeto-piloto na Escola Municipal de Educação Básica Tiago Aranda, localizada em Sinop-MT pelos discentes do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais e Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT - Campus Sinop, Muriel André de Moura e Mirna de Assis Parente Dutra e os docentes orientadores, Prof. M. Sc. Alceu Junior Paz da Silva [Ensino de Química] e Prof. M. Sc. Marco Aurélio Clemente Gonçalves [Educação em Ciências], além de professores de Ciências lotados na Escola Tiago Aranda e seus alunos [duas turmas de, aproximadamente, 40 alunos cada turma]. Para a realização das atividades experimentais foi aplicada a metodologia dos três momentos, (Delizoicov e Angotti) que consiste em elaborar uma problematização inicial, organização do conhecimento e aplicação deste conhecimento. Onde antes e depois da realização de cada experimento são propostos questionários e as possíveis hipóteses da problemática do fenômeno estudado. Dentre as muitas hipóteses que vão surgindo faz-se o uso de palavras chaves propostas pelos próprios alunos, o que remete ao avaliador uma possível assimilação por parte dos alunos envolvidos.

RESULTADOS:

Buscou-se aplicar uma metodologia e desenvolver uma seqüência didática que atenda a idéia de Pressão Atmosférica utilizando-se de experimentos. Justifica-se a escolha do assunto por tratar-se de conceito com bom nível de abstração, o que o torna bastante complexo e interessante. Essa investigação levou à seguinte sequência: Inicia-se as aulas com questões, organizando no quadro as idéias dos alunos: Onde podemos reconhecer a pressão atmosférica? Em seguida, realizamos o Experimento [Exp.] 1: PET transparente, água e vasilha transparente. Após a observação pergunta-se: porque a água não escoa totalmente para a vasilha? Discute-se as idéias e dá-se uma seqüência de experimentos com o intuito de problematizar aspectos do ar. Por exemplo: Exp. 4 - O ar possui massa? Concomitantemente discute-se os conhecimentos científicos necessários para entender o mote - pressão atmosférica. Finalizando, realiza-se o Exp. 7: Levando os alunos a mobilizarem os conhecimentos anteriormente trabalhados a fim de aplicá-los noutra situação que envolva a pressão atmosférica. Percebe-se que no ambiente escolar encontra-se presente o tema Pressão Atmosférica, também foi possível observar os métodos utilizados para apresentação do mesmo e como os alunos assimilam e vivenciam este tema em seu dia-a-dia.

CONCLUSÃO:

A proposta metodológica de ensino utilizada mostra ser uma estratégia motivadora e capaz de auxiliar no desenvolvimento do processo de entendimento, por parte dos alunos, dos conceitos abordados neste trabalho. A utilização de experimentos em sala, quer sejam em aulas práticas ou meramente demonstrativas, revelam uma próspera iniciativa que agrega na pratica do profissional de educação. Não se quer aqui, discutir o porquê de não utilizar mais de aulas experimentais, mas sim, como tornar possível, através de equipamentos de baixo-custo, incrementar o cotidiano de um professor que, como no caso do público alvo desta pesquisa, não tem formação adequada para ministrar aulas de Ciências com desenvoltura. Importante salientar que, apesar de todas as obstâncias aqui detectadas, estes profissionais demonstram total empenho nos seus afazeres pedagógicos. O projeto aqui apresentado encontra-se em pleno desenvolvimento em busca de um trabalho colaborativo entre Universidade e Escolas, onde o cerne da questão é agregar valor, através de metodologias diferenciadas por exemplo, à prática de professores da Rede Pública responsáveis por ministrar a disciplina de Ciências em nível fundamental.

Palavras-chave: Experimento, Pressão atmosférica, Ensino Fundamental.