62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 2. Geofísica
MONITORAMENTO DA ATIVIDADE SÍSMICA NO NORDESTE DO BRASIL: O EXEMPLO DA ESTAÇÃO PFBR
Renato Ramos da Silva Dantas 1
Heleno Carlos de Lima Neto 1
Eduardo Alexandre Santos de Meneses 1
Regina Pinheiro Spinelli 1
Neymar Pereira da Costa 1
Joaquim Mendes Ferreira 1, 2
1. Departamento de Geofísica, CCET / UFRN
2. Orientador
INTRODUÇÃO:
O Nordeste é a região de maior sismicidade no Brasil, e, por esse motivo, há vários projetos focados no estudo da atividade sísmica nessa região. Em 2007, dentro do Projeto do Milênio, a UFRN instalou 5 estações sismográficas do tipo banda larga triaxiais nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Ceará. Hoje, essa rede continua em operação sendo que três dessas estações foram realocadas. A função principal dessas estações é monitorar a atividade sísmica na Província Borborema, Nordeste Brasileiro. A partir de meados de 2010, uma rede permanente RSISNE (Petrobras), com 15 estações, será instalada na região (da Bahia ao Piauí) para o monitoramento da atividade sísmica. Todas essas estações são providas de sensores triaxiais de banda larga e registradores digitais. Como parte do treinamento na análise dos dados da rede RSISNE, os dados da rede do Milênio foram sistematicamente analisados a partir de janeiro de 2009. O objetivo deste trabalho é mostrar os resultados desse monitoramento, a partir dos registros da estação PFBR, instalada em Pau dos Ferros (RN), localizada próximo aos limites dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, que está dentro da região sismogênica conhecida como borda da Bacia Potiguar, a mais ativa do país.
METODOLOGIA:
Os movimentos do solo, detectados por sensor com resposta em velocidade, foram registrados pelo sismógrafo, armazenados em seu disco rígido e coletados por visitas periódicas à estação. Esses dados foram analisados, no laboratório, com o auxílio do software Dimas. Essa análise consistiu, primeiramente, em identificar sismos e ruídos. Os sismos foram analisados tendo por objetivo a determinação do epicentro utilizando o registro triaxial dos mesmos. Os parâmetros que foram obtidos são distância epicentral e azimute, em relação à estação. Para a determinação da distância epicentral (d) foram lidos os tempos de chegada das ondas P e S (tP e tS), e calculada a distância epicentral, em km, por d = (tS - tP )x8,7. O azimute foi obtido a partir da análise do primeiro movimento de partícula, utilizando o software Dimas. Essas duas últimas informações são usadas para se estimar a localização do epicentro.
RESULTADOS:
Com a análise de cada evento encontrado nos sismogramas, gerou-se uma lista de eventos registrados pela estação, a partir de janeiro de 2009. Foram registrados mais de 500 eventos, incluindo sismos e explosões. No entanto, para eventos regionais (d>100 km), nem sempre foi possível determinar o azimute. Para sismos locais (d<100 km) as principais áreas sísmicas ativas durante o período em tela foram a de Tabuleiro Grande (RN) e do reservatório da Barragem do Castanhão (CE). Registros de sismos regionais importantes como de Taipu (4.3), Alagoinha (PE), Santana do Matos, entre outros, foram analisados e suas leituras contribuíram para a determinação do epicentro e magnitude.
CONCLUSÃO:
Por sua localização, a estação PFBR consegue monitorar ampla área da Província Borborema, principalmente a borda da Bacia Potiguar. Seus dados foram e continuarão sendo importantes para um melhor conhecimento da sismicidade da região. Os resultados obtidos, com uma só estação, demonstram a potencialidade que terá uma rede permanente de 15 estações para o monitoramento da atividade sísmica no Nordeste do Brasil.
Instituição de Fomento: CNPq e CENPES/Petrobras
Palavras-chave: Sismicidade, Rede sismográfica, Análise de sismogramas.