62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO DO ÓLEO DO MARACUJÁ (Passiflora alata) CULTIVADO NO ESTADO DE RORAIMA
Simone Rodrigues Silva 1
Flávio Paulino da Silva 1
Ricardo Carvalho dos Santos 1
Antônio Alves de Melo Filho 1
Rita de Cássia Pompeo de Sousa 2
1. Universidade Federal de Roraima
2. EMBRAPA Roraima
INTRODUÇÃO:
O Brasil é o maior produtor de maracujá e desta forma maior exportador e importador do mundo, mais este índice refere-se ao Passiflora edulis (maracujá amarelo), no entanto o Passiflora alata tem ganhado destaque e vem sendo comercializado nas feiras e mercados e tem grande aceitação popular por apresentar alto teor de açúcar, proteínas, vitaminas e sais minerais, e que pode ser consumido in natura ou industrializado . O maracujá há muitos anos vem sendo utilizado nas indústrias para produção de sucos nos quais gera toneladas de resíduos constituídos por cascas e sementes, e estes vem sendo utilizado na ração animal. Estudos revelam que cerca de 6 a 12 % do peso total do fruto é de sementes no maracujá, desta forma cerca de 70% da massa do maracujá é de casca e sementes e apenas 30% é utilizada para sucos. Vários estudos foram realizados com amostras de maracujá e que estes revelaram que os óleos extraídos podem variar 15,3 a 33,5% e apresentam de 60 a 70% de ácidos linoléicos, 14 a 20% de ácido oléico e ácido palmítico. Os resultados indicam boas perspectivas para a utilização da semente da P. alata na obtenção de óleo a fim de minimizar os resíduos gerados, convertendo-os em matérias-primas para indústrias de alimentos, cosméticas e farmacêuticas. Neste trabalho foi realizado um estudo visando um melhor aproveitamento das sementes do maracujá da espécie do P. alata para obtenção de óleos.
METODOLOGIA:
Foram coletadas 10 amostras de maracujá na cidade de Pacaraima em Roraima e levadas ao Laboratório de Produtos Naturais do Departamento de Química da Universidade Federal de Roraima, onde estes foram lavados com água corrente e com solução de hipoclorito de sódio a 2,5%. Foram retiradas as cascas e polpas restando às sementes, e estas foram levadas a uma estufa com circulação de ar a 55 ºC por 48 horas, após estas foram moídas em um moinho de facas. Para obtenção do óleo da semente do maracujá utilizou-se um extrator soxlhet com hexano por três horas, após este período o solvente foi evaporado em rota evaporador obtendo no final o óleo bruto. Posteriormente foi caracterizado através do método Instituto Adolfo Lutz a Densidade e através de um viscosímetro Avs 350 com banho termostatizado CT52 a 40 ºC e capilar 200 com diâmetro de 1,01mm foi medido a viscosidade do óleo.
RESULTADOS:
Na extração do óleo da semente do maracujá obteve-se um óleo amarelo de odor característico seu rendimento foi de 19,36% a partir da matéria seca. Verifica-se que o óleo obtido teve um rendimento semelhante ao encontrado por Vieira et al (2008) que foi de 20,12%. A densidade do óleo foi de 0,91 e quando comparado a outros óleos teve valor semelhante. O valor obtido para a viscosidade a 40ºC para o óleo do maracujá é de 0,92 mm2/s, não foi encontrado na literatura pesquisado valor de comparação para o índice de viscosidade.
CONCLUSÃO:
O percentual de óleo na semente do maracujá da espécie P. alata foi de 19,36% da amostra seca e apresenta características semelhantes a outros óleos. As sementes de maracujá, um resíduo agroindustrial da extração do suco, de pouco ou nenhum valor econômico, pode ser transformado em produtos de valor econômico, uma vez que, o P. alata demonstrou um potencial excelente para aproveitamento tanto na alimentação humana, animal como uso para indústria de cosméticos.
Instituição de Fomento: CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Palavras-chave: Óleo, Soxlhet, Passiflora alata.