62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 5. Zootecnia
ANÁLISE DE BACTÉRIAS COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES FECAIS EM ÁGUAS UTILIZADAS PARA DESSEDENTAÇÃO ANIMAL
Joice Cristina Carvalho de Souza 1
Nanci Cappi 1
Tânia Mara Baptista dos Santos 1
Fabiane Ortiz do Carmo Gomes 1
Patrícia Paiva Silva 1
1. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul /UEMS
INTRODUÇÃO:

A água é uma necessidade vital para qualquer ser vivo e é utilizada para inúmeras finalidades. O uso da água sem controle de qualidade microbiológica na produção animal gera riscos de, a qualquer momento, aparecer na criação uma enfermidade de veiculação hídrica, o que pode ser desastroso (Macari, 1996). Os padrões de qualidade da água referem-se, a um número de parâmetros capazes de refletir, direta ou indiretamente, a presença efetiva de algumas substâncias ou microorganismos que possam comprometer a qualidade da água do ponto de vista de sua estética ou salubridade, exigindo-se que a água não contenha patogênicos ou substâncias químicas em concentrações tóxicas ou que possam tornar-se nocivas à saúde pelo uso continuado da água (Rebouças, 2002). O presente trabalho objetivou avaliar o número mais provável de bactérias do grupo coliformes, a concentração da alcalinidade e o pH da água utilizada para dessedentação animal na fazenda da UEMS-Unidade Universitária de Aquidauana.

METODOLOGIA:

O trabalho foi realizado na Fazenda UEMS, localizada na bacia do córrego Fundo. Possui características peculiares quando comparada às outras propriedades, que tem como atividade principal a pecuária, pois nela são desenvolvidas diversas atividades com potencial poluidor, dentre as quais a criação de Bovinos, Ovinos, Eqüinos, Suínos, Aves de postura e Piscicultura. A fazenda possui um poço, com 93 metros de profundidade, cuja água abastece todos os setores de produção e os domicílios. Foram selecionados dez pontos de coleta dos quais seis bebedouros artificiais (P1, P2, P3, P4, P5 e P6), um poço (P7), dois reservatórios que eram abastecidos pelo poço (P8 e P9) e um ponto de captação no córrego Fundo (P10). As coletas foram realizadas sazonalmente no inverno/08 (I/08), verão/09 (V/09) e inverno/09 (I/09). Os Números Mais Prováveis (NMP/100 mL) de coliformes totais (CT) e coliformes fecais (CF) foram analisados através do método de tubos múltiplos segundo Soares e Maia (1999). O pH utilizando um peagâmetro portátil (pHTek) e a alcalinidade através do método titulométrico segundo APHA (1995).

RESULTADOS:
O NMP/100 mL de bactérias elevado foi observado no P1: 1500 (CT) e 11000 (CF) no I/09; P2: 24000 (CT) no I/08 e V/09 e 430 (CT) e (CF) no I/09; P4: 930 (CT) no V/09 e 2100 (CF) no I/09 e P6: 210 (CT) e 24000 (CF) no I/09. Os bebedouros estão com padrão aceitável de até 4.000 coliformes fecais para classe 3 CONAMA (2005), com exceção do P1 e P6 (I/09). A alcalinidade sofreu influência da sazonalidade com valores médios elevados no verão (157,3 mgL-1) e reduzidos no I/08 (149,9 mgL-1) e I/09 (108,9 mgL-1). O efeito da alcalinidade elevada foi observado em todos os bebedouros que apresentaram pH alcalino com exceção do P10. Os valores de pH não ultrapassaram a faixa de 6 a 9 (CONAMA, 2005), exceto no P4 V/09 (9,4); P5 (9,8) e P6 (9,7) no I/09. A sazonalidade não influenciou o NMP/100 mL de CT e CF, mas, influenciou a alcalinidade e o pH. A falta de tratamento da água do poço (P7) e de limpeza dos reservatórios e dos bebedouros facilita a proliferação de microorganismo e concentra a quantidade de sais que eleva a alcalinidade e o pH. Segundo Orlando e Nunes (2006) a presença de bactérias coliformes na água representa poluição, recomenda-se que seja tratada, para se evitar a transmissão de doenças nos animais acarretando graves prejuízos econômicos.
CONCLUSÃO:

O poço e os reservatórios apresentaram NMP/100 mL de bactérias reduzidos enquanto os bebedouros elevado NMP/100 mL em uma ou mais estação, a alcalinidade e o pH também foram elevados em todas as estações. Embora o NMP/100 mL de coliformes e os valores de alcalinidade e pH não tenham ultrapassado o limite máximo permitido pela legislação vigente, a água contaminada pode transmitir doenças aos animais. A contaminação da água dos bebedouros pode ser reduzida através de limpeza periódica e de tratamento prévio das águas de abastecimento.

Instituição de Fomento: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica- PIBIC/CNPq/UEMS.
Palavras-chave: Bebedouro, Contaminação, Sazonalidade.