No Brasil existem cerca de 3,55 milhões de hectares sob florestas plantadas com espécies do gênero Eucalyptus, essa área perfaz 62 % do total dos plantios florestais do país (SBS, 2007). Tal montante relaciona-se às características peculiares do eucalipto como o crescimento rápido, fácil adaptabilidade às condições ambientais diversificadas e variabilidade de utilização dos produtos da madeira (PEREIRA et al., 2000).

Diversos estudos nas áreas de melhoramento genético florestal, produção de mudas, utilização de defensivos, preparo do solo e fertilização têm sido desenvolvidos por empresas do setor que procuram alternativas para aumentar sua produtividade (LIMA et al., 2005; MATIELLO et al., 2009) e por instituições de pesquisa e ensino. Para tanto um grande desafio é o manejo da fertilidade do solo, uma vez que a maioria dos plantios encontra-se em áreas degradadas ou com solos de baixa fertilidade. Esta, quando não observada apropriadamente, pode não proporcionar ganhos de produtividade e aumentar o custo de produção da madeira. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da adubação de cobertura complementar na produtividade de plantios comerciais de clones do híbrido de Eucalyptus grandis X E. urophylla.

O presente trabalho foi desenvolvido em um plantio de eucalipto da empresa Jari Celulose S.A. com idade em torno de 18 meses, localizada no Distrito de Monte Dourado, Estado do Pará. Para tanto, utilizou-se a área cultivada com o clone 1407 (híbrido de Eucalyptus grandis X E. urophylla), conduzidos em espaçamento de 3 x 3 m. O solo foi classificado como Latossolo Amarelo de textura média. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso, compostos de 5 tratamentos e 4 repetições, totalizando 20 parcelas de 24 x 24 m.

A produtividade dos plantios foi avaliada considerando o incremento médio anual (IMA), aos 12 e 24 meses após instalação do experimento.

Os tratamentos foram baseados nas recomendações de adubações proposto a partir do monitoramento nutricional previamente realizado. Determinando os seguintes tratamentos: T1 - Testemunha; T2 - 100 kg ha^-1 (NPK 15-10-20) + 99 kg ha^-1 (Calcário); T3 - 187,8 kg ha^-1 (KCl) + 65,9 kg ha^-1 (Calcário); T4 - 375, kg ha^-1 (KCl) + 131,8 kg ha^-1 (Calcário); T5 - 93,9 kg ha^-1 (KCl) + 33 kg ha^-1 (Calcário).

Os resultados encontrados nas duas avaliações demonstram que os tratamentos não proporcionaram aumentos estatisticamente significativos em produtividade. Entretanto, o tratamento T2 (adubação operacional da empresa) expressou os maiores valores de produtividade do experimento, com 20,87 e 22,9 m³ ha^-1 ano^-1, respectivamente para 1ª e 2ª avaliação. Essas médias foram superiores a encontrada por Valeri et al. (1997), com 13,97 m³ ha^-1 ano^-1, que trabalhou com  plantios de Eucalyptus urophylla sobre solos de mesma característica. Essas produtividades encontram-se abaixo das observadas na literatura em plantios de Eucalyptus sobre solos de textura argilosa, como verificado por Silveira et al. (1997), com 30,93 m³ ha^-1 ano^-1. Esses resultados evidenciam as dificuldades de respostas dos plantios de eucalipto em ambientes com solos de textura média.

Os resultados indicam que plantios de híbridos de Eucalyptus grandis x E. urophylla não respondem às adubações de cobertura tardia nas condições ambientais estudadas.