Foram analisados 28 programas de 2007 que foram ao ar com uma hora de duração, a partir das 19h na TV Universitária, Natal, RN, Brasil. O estudo teve características quali-quantitativas, sendo analisados programas nas fases pré e pós-mudanças de 2007. Utilizou-se de dados percentuais para comparação, quantidade de temáticas e duração de cada uma. Na questão qualitativa observou-se a acessibilidade da linguagem, o grau de interatividade com o telespectador, a qualidade da análise fundamentada em evidências científicas e a prévia explicitação dos critérios para as avaliações. Partindo de um diagnóstico de 10 programas de 2006, foram encontradas: 1) A predominância de informações de uma única modalidade - futebol; 2) As reportagens eram realizadas com jogadores já consagrados; 3) As entrevistas ficavam restritas aos treinadores e dirigentes "famosos"; 4) Eram vinculadas informações que invadiam a privacidade do atleta enquanto cidadão; 5) A linguagem do "futebolês" envolvia elementos mais de guerra do que de espetáculo, como: "combate", "guerreiro", "campo de batalha", "duelo", "matador"; 6) O elemento fundamental era o "sucesso" visando "gerar polêmicas", segundo apresentadores.

Concluiu-se que o programa aumentou a diversidade de opções esportivas para o telespectador, distribuiu de forma mais igualitária o tempo entre os clubes de futebol e outras temáticas, ampliou as possibilidades de interação com o público devido aos assuntos mais abrangentes. As análises sendo fundamentadas em dados estatísticos e ilustrações ajudaram a um maior número de espectadores a entender os comentários e formar opinião a respeito do tema passando a observar indicadores mais aprofundados, valorizando o trabalho e a competência dos profissionais envolvidos. As dicas de saúde trouxeram elementos e informações para a adoção de um estilo de vida mais ativo e comprometido com a saúde. Participação em média de 11±2,23 telefonemas por programa com perguntas para convidados ou para a mesa sobre temática dos esportes e saúde (55% do futebol, 20% outros esportes e 20% saúde). Os telespectadores passaram a enviar mensagens eletrônicas durante a semana a partir de março. A garantia do caráter público foi garantida pela possibilidade de controle social pela sociedade civil, já o educativo com informações que contribuam com a formação do cidadão com temáticas que provoquem reflexão crítica e a ética da co-participação responsável e consciente.