62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 2. Geofísica
CARACTERIZAÇÃO HIDRODINÂMICA E MORFOLÓGICA DO ESTUÁRIO DO RIO SÃO FRANCISCO
Paulo Ivisson Batista Teixeira 1
Helenice Vital 1
Werner Fakatt Tabosa 1
José Maria Landim Dominguez 2
Karl Stattegger 3
Diego D'Avila Beserra 1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2. Universidade Federal da Bahia
3. Christian Albrechts Universität zu Kiel - Alemanha
INTRODUÇÃO:

A palavra estuário faz referência a um ambiente altamente dinâmico, com mudanças constantes em resposta a forçantes naturais. Este termo é utilizado genericamente para indicar o encontro do rio com o mar, caracterizando uma foz litorânea (Kjerfv et. al, 2002). O estuário do Rio São Francisco localiza-se entre os estados de Sergipe e Alagoas, é uma região de grande importância econômica, turística e social. Suas águas são utilizadas para pesca, navegação e irrigação além de abastecer as comunidades que vivem às suas margens. Adicionalmente, situa-se em uma área de intensa atividade da indústria petrolífera e, portanto passível a eventuais acidentes por derramamento de óleo. Este estudo teve como objetivo a caracterização hidrodinâmica, associada as formas de fundo,  do leito do estuário utilizando perfilador acústico por Efeito Doppler, sonar de varredura lateral, e sedimentos coletados no leito do estuário, foram realizados ao longo do estuário do Rio São Francisco, desde a cidade de Piaçabuçú - AL até a Foz, com intuito de caracterizar a hidrodinâmica e a morfodinâmica da área estudada.

METODOLOGIA:

A metodologia utilizada incluiu a cobertura do estuário, da cidade de Piaçabuçu até a foz,  com um sonar de varredura lateral, um perfilador de correntes por efeito Doppler (ADCP) e coleta de amostras com draga pontual do tipo "Van Veen". O levantamento dos dados foi realizado em barcos pesqueiros alugados no local. Posteriormente os dados foram processados, analisados e integrados

RESULTADOS:

A partir dos dados hidrodinâmicos foi possível identificar que durante as marés de enchente, as correntes apresentavam direção geralmente para norte, enquanto durante as marés de vazante foram aproximseguiam  para sul. Tanto nas marés de enchente como nas marés de vazante, as velocidades variaram de 0,1m/s a 0,6m/s, porém, na maioria das vezes, essas velocidades eram mais expressivas nas marés de vazante, mostrando assim um domínio fluvial no estuário do Rio São Francisco. Os dados sonográficos  e sedimentológicos mostraram uma grande variedade de formas de fundo impressas como fundo lamoso e arenoso, variando em tipo e tamanho, desde marcas onduladas (com comprimento até 0,60m), até grandes campos de dunas chegando até 40m de comprimento, além disso, foi possível a identificação de dunas 2D (de crista reta), dunas 3D (de crista Sinuosa) e padrões de interferência (sobreposição de dunas).

CONCLUSÃO:

A interpretação das formas de leito, associada a dados sedimentológicos e hidrodinâmicos, permitiu o melhor entendimento dos fatores que modelam a superfície subaquosa, através do mapeamento de detalhe da área. Estudos deste tipo visam contribuir na previsão do comportamento do óleo em um eventual derramamento, e assim prever a melhor forma para prevenir e amenizar danos causados ao meio ambiente, inclusive servindo como base de dados para a construção de cartas de sensibilidade ao derramamento de óleo (cartas SAO).

Instituição de Fomento: DFG / CNPq / FINEP
Palavras-chave: Estuário , Hidrodinâmica, Morfodinâmica.