62ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 6. Literatura
LER E ESCREVER: UM DIREITO DE TODOS. UM PERFIL DOS ALUNOS DO CEGEL
Thairine Sousa da Silva 2, 1
Tereza Cristina Ribeiro Alves 2, 1
Eney Barbosa Avelar 2, 1
Washington Carlos da Silva Mendes 2, 1
Fernando Augusto do Nascimento 2, 1
1. FAPEMA
2. CEGEL
INTRODUÇÃO:
O docente de Língua Portuguesa ou de outra área de conhecimento que trabalha com textos e depende dos textos para ensinar os conteúdos, precisa conscientizar-se de que, também ele, ensina o aluno a ler e a escrever. Cabe-lhe, independente, da área de conhecimento em que atue alertar e orientar seus alunos para a adequação a expressão verbal, pelo menos no que se refere à composição do raciocínio e à propriedade de sua formulação no texto. Esta propriedade envolve os recursos de incorporação da fala alheia (citações, referência), o vocabulário, a pontuação, os meios de conexão e de ligação das orações, períodos, entre outras coisas. O aluno espera que seu professor lhe ensine o que precisa aprender, e o professor, pautado nas necessidades sociais inerentes à atividade educativa e pedagógica, é soberano em sala de aula para decidir sobre o que é oportuno e pertinente no âmbito dessa mesma atividade. É por isso, indispensável que o aluno seja bem formado e com dignidade. Reitera-se a ponderação citada acima: o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, condições cruciais do êxito escolar em qualquer nível, se dá num percurso longo e trabalhoso, que não pode prescindir da colaboração de todas as disciplinas que, de forma, se apóiam na leitura e na construção de textos.
METODOLOGIA:
O projeto "Ler e escrever: um direito de todos. Um perfil dos alunos do CEGEL" teve duração de estudo de pesquisa em doze meses, divididos em quatro períodos de tempo para estudos bibliográficos e apresentação do projeto a outros ambientes escolares; atuação do projeto na própria escola em que os pesquisadores estudavam; participações desses em eventos culturais; criação de um espaço de leitura "ÁRVORE DA SABEDORIA" na qual eram pendurados vários livros nos mais diversos gêneros literários para escolha e devolução livres pelos alunos, possibilitando nesses os valores éticos como de devolver aquilo que não pertence a si e o respeito de direito que cabe ao outro; confecção de uma cartilha composta por atividades lúdicas, recreativas e dinâmicas, incentivando os interesses pelo ato da leitura a jovens e ao público de outras faixas etárias e conhecer a filosofia do projeto e por fim a preparação e organização de dados e da pesquisa como um todo. As respostas dos questionários foram atribuídas em valores percentuais, ilustradas através de tabelas para tentar responder o porquê das possíveis causas ao problema de dificuldades que os alunos da Terceira Série do Ensino Médio, do turno vespertino do Centro de Ensino Governador Edison Lobão têm em relação à escrita e a leitura.
RESULTADOS:
Pelo grande interesse que envolveu o tema da pesquisa, o projeto não ficou restrito ao ambiente da escola, extrapolou muro, dividindo este estudo investigativo com outros jovens de outras escolas públicas e privadas verificando que são muitas as dificuldades existentes entre eles ao se expressarem e usarem a palavra escrita. Observamos que há certo desinteresse de boa parte dos alunos, independente das esferas pública e privada, no que se refere à leitura. As causas encontradas, na pesquisa, para tais problemas, são várias, destacando-se, por sua importância, o fato de que os professores não têm o hábito de utilizar dinamismo e incentivo à prática da leitura e da escrita nas suas atividades docentes. Em nossas visitas às escolas, vimos que os jovens se sentem inibidos em escrever textos, todavia quando recebem incentivos e dinamismos manifestam suas idéias sem inibição. Concentrando o estudo no CEGEL, a pesquisa teve como resultado surpreendente, o fato de boa parte dos alunos dessa instituição receber incentivo dos pais e dos professores de Língua Portuguesa, e serem usuários da leitura de vários materiais como livros, revistas para auxiliar nos estudos. Em vista a esses resultados, reforçamos o apelo por práticas de incentivo à leitura representando um fator de inclusão social.
CONCLUSÃO:
É notável que as nossas ações liguísticas cotidianas são sempre orientadas por um conjunto de fatores que atuam no contexto situacional: quem produz o texto, qual o interlocutor, qual é a finalidade do texto e que gêneros textuais que nos foram transmitidos sócio - historicamente, o que não quer dizer que não seja possível transformar esses gêneros, ou criar outros, de acordo com as novas necessidades de interação verbal que surgem, tampouco que caiba somente ao professor de Língua Portuguesa a tarefa de oferecer aos alunos incentivo à leitura de maneira dinâmica. No plano ensino - aprendizagem de textos, equivale a dizer que o conhecimento e o domínio dos diferentes gêneros textuais, por parte do aluno, não apenas o preparam para eventuais práticas linguísticas, mas também ampliam sua compreensão da realidade, apontando - lhes formas concretas de participação social como cidadão.
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão - FAPEMA
Palavras-chave: ler , entender , escrever.