A Chorisia sp é nativa do Brasil, de ocorrência em regiões de clima tropical e pertencente à família Malvaceae, que possui espécies arbóreas de rápido crescimento, podendo atingir até 18 m de altura. A produtividade das espécies arbóreas com esse comportamento é comumente limitada pelas restrições nutricionais do solo, tornando indispensável, a ciência de suas necessidades nutricionais, o que permitirá a escolha de espécies adequadas à ambientes de baixa fertilidade. O fósforo é um dos nutrientes mais utilizados em adubação no Brasil, isso ocorre, pois a carência generalizada desse elemento nos solos brasileiros é motivada pela forte interação deste com o solo, tornando-o indisponível aos vegetais. O direcionamento de pesquisas a espécies que se mostram eficientes no desenvolvimento em solos com condições nutricionais limitantes é de suma importância, com vista em áreas destinadas ao plantio de espécies florestais para recuperação e conservação ambiental. Diante do exposto o presente trabalho teve por objetivo, avaliar o crescimento de plantas jovens de paineira submetidas a diferentes níveis de fósforo no substrato.

O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Laboratório de Química Vegetal na Universidade Federal Rural de Pernambuco no período de outubro a dezembro de 2008. As sementes de paineira, coletadas no campus da UFRPE, foram semeadas em bandejas de plástico contendo como substrato areia lavada. Passados 30 dias após a semeadura, as plântulas foram selecionadas quanto à sanidade e a altura e transferidas para vasos contendo 2 kg de areia lavada. Após 7 dias de aclimatação procedeu-se a diferenciação dos tratamentos, T0, T1, T2, T3, T4, T5 e T6 com as concentrações de fósforo, 0mM, 0,25mM, 0,5mM, 0,75mM, 1mM, 2mM e 3mM, respectivamente. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado. A manutenção dos tratamentos deu-se através da rega diária com solução nutritiva completa, preparadas com as concentrações de fósforo de cada tratamento. Foram feitas semanalmente medidas de crescimento, sendo aferida a altura da planta, o diâmetro do caule e o número de folhas até os 50 dias após a diferenciação (DAD). Os valores encontrados na variável número de folhas foram transformados (raiz de x mais meio), e juntamente com outros dados foram submetidos à análise de variância e suas médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o software Assistat.

Na altura das plantas de todos os tratamentos foram observadas reduções significativas em relação ás testemunha, sendo estas reduções pronunciadas mais tarde naquelas do T2 (43 DAD), enquanto que a resposta mais rápida foi observada no tratamento T0 (22 DAD), essas diminuições aos 50 DAD chegaram a 64,02%, 10,44% e 10,34% nas plantas do T0, T1 e T5, respectivamente.

As plantas dos tratamentos T0, a partir dos 22 DAD, e T1, a partir dos 43 DAD, se comparadas as testemunha, apresentaram diminuições em seus diâmetros, aos 50 DAD essas diferenças chegaram a 56,62% e 12,1%, respectivamente.

Em relação ao número de folhas as plantas expostas aos tratamentos T0 e T1 chegaram ao fim do experimento apresentando reduções, quando comparadas ao tratamento testemunha, de 57,54% e 13,97%, respectivamente. Essa diminuição nas plantas do tratamento T0 iniciou-se aos 7 DAD, enquanto que as do T1 somente aos 43DAD, denotando grau de sensibilidade na emissão de folhas a ausência de fósforo.

A ausência de fósforo no substrato provoca reduções significativas na altura da planta, no diâmetro do caule e principalmente no número de folhas de mudas de paineira.

A Chorisia sp. se comporta de maneira semelhante quando exposta a níveis de fósforo considerados ideais ou sob concentrações até três vezes maior, sem perder seu vigor e produtividade.