62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 9. Imunologia - 1. Imunologia Aplicada
AÇÃO DA β 1,3-GLUCANA NOS ORGÃOS RETÍCULOS ENDOTELIAIS DE CAMUNDONGOS, POR VIA PERITONEAL
Aleida Maria da Silva Lima 1
Karina Mendes Melchuna 1
Sarah Dantas Viana Medeiros 1
Milena Thaisa Figueiredo de Araújo 1
Valéria Soraya de Farias Sales 2
1. Dep. de Análises Clínicas e Toxicológicas, Fac. de Farmácia- UFRN
2. Profa. Dra./ Orientadora- Dep. de Análises Clínicas e Toxicológicas- UFRN
INTRODUÇÃO:
 A β- 1,3 glucana é um polissacarídeo extraído da parede celular interna do fungo Saccharomyces cerevisiae, é um agente imunoestimulante inespecífico e constituído por moléculas de glicopiranose (glicose) unidas por ligações β-glicosídicas. A glucana atua ativando e reforçando as diversas funções imunológicas do hospedeiro, ativando as células NK (Natural Killer), os macrófagos, as células T e a liberação de citocinas/interleucinas, assim como a produção de anticorpos. Sabendo-se disso, ela pode ser utilizada no tratamento em neoplasias, em infecções bacterianas e na potencialização da formação de anticorpos. As β-glucanas são reconhecidas pelo sistema imune inato dos vertebrados através de receptores de superfície celular de diversas células humanas, principalmente leucócitos, incluindo macrófagos, monócitos, neutrófilos e NK, como também de células não-imunes como as endoteliais e os fibroblastos. A glucana, após as primeiras horas pós-aplicação, provoca hipertrofia de órgãos ricos em células do sistema retículo endotelial, tais como pulmão, fígado e baço. Depois de algum tempo, o aumento mais importante fica sendo o do fígado. O uso de glucana dose-dependente em forma particulada, nesse caso, promove também a formação de granuloma nesses órgãos.
METODOLOGIA:
 A glucana foi extraída do fungo Saccharomyces cerevisiae pelo método de HASSID e foi diluída em soro fisiológico, em diferentes concentrações, para a seguinte aplicação nos camundongos. Para avaliar a ação da glucana, por via peritoneal, nos órgãos do sistema retículos endoteliais, foram realizados experimentos com camundongos BALB/c machos (N=26), divididos aleatoriamente em 3 grupos: grupo 1 (N=5); grupo 2 (N=5) e grupo 3 (N=16), os quais receberam, respectivamente, 2,5mg/ml, 5mg/ml e 10mg/ml, sendo injetado 1ml da diluição. Foram realizadas 3 aplicações, em cada camundongo, com intervalos de 48 horas. No sétimo dia, os camundongos foram sacrificados para a remoção do fígado, do baço e do rim direito, os quais foram fixados em formol para serem preparadas as lâminas histopatológicas.
RESULTADOS:
 No estudo realizado foram observadas alterações ou não nos órgãos removidos (fígado, baço e rim), as quais variaram de granuloma subcapsular (cápsula), granuloma intraparenquimatoso (parênquima) e ambos em um mesmo animal. No grupo 1 foram observados os seguintes resultados: Fígado- 40% (n=2), Baço- 20% (n=1) apresentaram formação de granuloma e no Rim não houve alterações. No grupo 2: Fígado- 80% (n=4) apresentaram formação de granuloma, enquanto que no Baço e Rim não houve alterações. No grupo 3: Fígado- 87,50% (n=14), Baço- 75% (n=12), Rim- 31,25% (n=5) apresentaram formação de granuloma. Os resultados obtidos foram que as doses menores induziram menos casos de granulomas nos animais, enquanto que a dose maior de 10mg/ml induziu mais casos de granuloma e as alterações foram mais exuberantes.
CONCLUSÃO:
 Nesse estudo, pode-se concluir que a β, 1-3 glucana induz a formação de granuloma nos órgãos do sistema retículo endotelial (fígado, baço e rim) e essa mesma tem características dose-dependente, sendo melhor representada no fígado. Então para tratamentos com glucana injetável é aconselhado cuidados extremos com as doses altas.


Palavras-chave: Glucana, Granuloma, Saccharomyces cerevisiae.