62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E CLÍNICOS DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM HANSENÍASE
RÔLZELE ROBSON MARQUES 2, 1
OMAR KHAYYAM DUARTE DO NASCIMENTO MORAES 2, 1
MARISTELA SANTOS SILVA 2
MICHELLE MENEZES MACHADO 2, 1
THALYTTA AIRES LAGO 2, 1
WALDELINYE BARROS FERREIRA 2, 1
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
2. HOSPITAL DR. ODORICO AMARAL DE MATOS - Grupo de Farmácia Clínica
INTRODUÇÃO:
A hanseníase, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae), é uma doença infecciosa de evolução crônica. A doença tem um passado triste, de discriminação e isolamento dos doentes, que atualmente pode ser facilmente tratada e curada. Segundo Martins (2008), a hanseníase é conceituada como uma doença infectocontagiosa que se caracteriza por acometer especificamente a pele e os nervos, sendo assim, uma doença dermatoneurológica, variando entre as formas clínicas indeterminada, tuberculóide, virchowiana e dimorfa. O indivíduo infectado pode curar-se espontaneamente ou apresentar queixas localizadas, áreas de pele seca, adormecimento ou hipoestesia, sensação de formigamento, queda de pêlos ou manchas hipocrômicas ou eritematosas. De acordo com o Ministério da Saúde (MS, 2009) foram registrados 39271 casos da doença no país, o que representa 15,4% de casos do mundo. Este trabalho tem como objetivo traçar o perfil clínico e epidemioloógico dos pacientes portadores de hanseníase em um município do Maranhão.
METODOLOGIA:
Trata-se de estudo descritivo com abordagem quantitativa.  A pesquisa foi realizada com 20 pacientes que responderam a um questionário composto por perguntas fechadas e abertas relacionadas aos dados epidemiológicos, aspectos clínicos, condutas e tratamento da doença.
RESULTADOS:
Dos pacientes pesquisados, 07 (35%) eram do sexo feminino. Quanto à faixa etária, 08 (40%) tem idade entre 10 e 20 anos, enquanto 07 (35%) dos entrevistados tem idade entre 21 e 30 anos, 11 (55%) dos entrevistados eram casados. Em relação à escolaridade, 02 (10%) não concluíram o ensino fundamental, 12 (60%) possuíam ens. fundamental completo, 02 (10%) possuíam ensino médio incompleto e 04 (20%) concluíram o ens. médio.  Quando questionados sobre a renda familiar, 06 (30%) declararam não ter renda, 05 (25%), disseram receber menos que um salário mínimo, 05 (25%) recebia um salário mínimo e apenas 04 (20%) possuíam renda mensal maior que um salário mínimo. As formas clínicas diagnosticadas foram a virchowiana, com 07 (35%) pacientes, a dimorfa, também com 07 (35%) pacientes, e a tuberculóide, com 06 (30%) pacientes. Em relação à duração do tratamento, 06 (30%) deles deveriam durar 06 meses, os 14 (70%) restantes deveriam durar 12 meses. Observou-se que 05 (25%) pacientes interromperam o tratamento e foi relatada presença de reações adversas em 85% (n=17) dos pacientes, as queixas mais comuns foram à dor epigástrica relatada por 13 (65%) pacientes e a hiperpigmentação da pele, que ocorreu em 10 (50%) pacientes.
CONCLUSÃO:
A maioria dos pacientes foi do sexo masculino. A faixa etária prevalente estava entre 10 e 30 anos. A escolaridade da maior parte dos entrevistados se encontrava no ensino fundamental completo. Observou-se que um grande número de pacientes não possuía renda. Quanto às formas clínicas, a virchowiana e a dimorfa foram as mais freqüentes. A presença de reação adversa ao medicamento (RAM) ocorreu em grande parte dos pacientes e a dor epigástrica foi a mais relatada das RAMs.
Palavras-chave: HANSENÍASE, EPIDEMIOLOGIA, ASPECTOS CLÍNICOS.