62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica
PRÁTICA DO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Nayara Cunha de Castro Asano 1
Diliane Paiva de Melo Matos 1
Alline Falconieri de Moura 1
1. Universidade Federal do Ceará
INTRODUÇÃO:
Entende-se acolhimento como uma postura capaz de acolher, escutar e pactuar respostas mais adequadas aos usuários, buscando atender com resolutividade e responsabilização, orientando o paciente e a família em relação a outros serviços de saúde para a continuidade da assistência. Com a crescente demanda nos serviços de urgência e emergência, viu-se a necessidade de reorganizar o processo de trabalho, de modo que a assistência prestada fosse de acordo com as prioridades e não por ordem de chegada. Nesse entendimento, percebe-se a relevância do acolhimento com classificação de risco por configurar-se como uma intervenção humanizada de avaliação dos pacientes de acordo com seu potencial de risco. Classificar risco significa determinar a agilidade no atendimento mediante a análise do grau de necessidade do usuário, com utilização do protocolo de acolhimento com classificação de risco. Diante dessas considerações, esse trabalho tem por objetivo descrever a prática do acolhimento com classificação de risco de um hospital pediátrico.
METODOLOGIA:
Trata-se de um relato de experiência desenvolvido no acolhimento de um hospital pediátrico municipal de Fortaleza, no qual é realizado o acolhimento com classificação de risco, executado por equipe formada por médico, enfermeiro, assistente social e técnico de enfermagem. Para a coleta dos dados foi realizada uma observação participante no acolhimento da referida instituição, cujos dados foram registrados em um diário de campo. A análise foi fundamentada na literatura pertinente à temática. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa sob parecer nº 80/09 e seguiu os aspectos éticos e legais da Resolução 196/96.
RESULTADOS:
A partir da vivência no acolhimento com classificação de risco em um hospital pediátrico, observou-se que as mães ao chegarem com seus filhos para o atendimento no hospital são instruídas a esperarem nas cadeiras da sala de espera. Logo em seguida, a técnica de enfermagem verifica a temperatura. A enfermeira realiza o acolhimento, as queixas são ouvidas por ordem de chegada e as crianças são classificadas de acordo com a sua gravidade. Entretanto, não há o seguimento de um protocolo, ou seja, a classificação é realizada com base no conhecimento prévio da enfermeira, classificando a criança como manifestações clínicas graves, moderadas e leves. As crianças com manifestações clínicas graves têm prioridade de atendimento, cujas mais comuns no referido hospital são dispnéia, intoxicação e quadro de desidratação. Essas crianças são pesadas e em seguida fazem uma ficha de atendimento. Após o preenchimento da ficha, a enfermeira encaminha a criança para o consultório médico, onde será atendida prontamente conforme a necessidade. As crianças com manifestações moderadas passam pelo mesmo processo de atendimento, mas o atendimento só é realizado depois dos casos graves. Já as de manifestações clínicas leves serão atendidas por ordem de chegada, mas o processo para o atendimento é o mesmo.
CONCLUSÃO:
Esse trabalho permitiu constatar que a enfermeira tem o papel fundamental no acolhimento com classificação de risco em pediatria, pois esta gerencia o processo de trabalho, fornecendo esclarecimentos a respeito deste para os usuários, mantendo a ordem no ambiente hospitalar, acolhendo, ouvindo e classificando as crianças segundo os riscos de gravidade. Para a realização do acolhimento com classificação de risco, a enfermeira tem que ter conhecimentos científicos para que a classificação seja feita adequadamente e as condutas sejam realizadas imediatamente, reduzindo o tempo de espera e os riscos de complicações e morte na fila de espera nas emergências pediátricas.
Palavras-chave: Acolhimento, Classificação, Tratamento de Emergência.