62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
AÇÕES PRÁTICAS DE ENFERMAGEM À LUZ DA TEORIA NO CUIDADO A PACIENTES SUBMETIDOS À VENTILAÇÃO MECÂNICA.
Jocelly de Araújo Ferreira 1
Luciana de Araújo Coutinho 2
Simone Karine da Costa Mesquita 3
Regina Célia Damasceno 4
Rejane Millions Viana 5
Rosana Lúcia Alves de Vilar 6
1. Depto. de enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
2. Enfermeira da Vigilância Sanitária do Estado da Paraíba - AGEVISA
3. Depto. de enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
4. Depto. de enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
5. Profa. Dra./Orientadora - Depto. de enfermagem, Universidade Federal do Rio Gran
6. Profa. Dra./Orientadora - Depto. de enfermagem, Universidade Federal do Rio Gran
INTRODUÇÃO:

A prática da Enfermagem tem aprimorado sua assistência enfatizando a sistematização do cuidado, com atuações eficientes e integradas voltadas primordialmente às necessidades do cliente de forma holística. A ação do enfermeiro na monitorização e cuidado dos pacientes em estado crítico são de fundamental importância, direcionando suas intervenções para a excelência da assistência prestada, com qualidade para trazer inúmeros benefícios, essencialmente para pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva, o qual é indispensável, em muitos casos, manter a oxigenação através de suporte ventilatório mecânico. Portanto, é verificado que na prática cotidiana dessas unidades, mesmo as pequenas falhas no decorrer do atendimento, podem trazer conseqüências prejudiciais aos pacientes. Com base neste enfoque a presente pesquisa tem como objetivos identificar se as ações práticas de enfermagem frente ao paciente sob ventilação mecânica estão fundamentadas nos referenciais teóricos e propor ações práticas condizentes com a literatura para subsidiar a assistência de enfermagem ao paciente em ventilação mecânica.

METODOLOGIA:

Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, de cunho quanti-qualitativo. Segundo Gil (1999, p.43) "tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores". A pesquisa foi realizada em uma Unidade de Terapia Intensiva, em uma instituição hospitalar da rede privada, localizada no município de João Pessoa, Paraíba. A população deste estudo foi constituída por todos os enfermeiros que atuam na referida unidade do hospital selecionado para o estudo, nos três turnos de trabalho, durante a realização da pesquisa. Desta população, a amostra foi composta por seis enfermeiros. A coleta dos dados foi realizada no período de 16 de outubro a 11 de novembro de 2008, através da utilização de um questionário estruturado, elaborado pelas pesquisadoras. Os dados obtidos junto ao grupo amostral foram analisados quantitativamente, expressados através de tabelas e gráficos, em seguida discutidos descritivamente à luz do referencial teórico. Foram respeitados os aspectos presentes na Resolução CNS 196/96, a qual refere aos aspectos éticos e legais da pesquisa envolvendo seres humanos.

RESULTADOS:

No tocante aos cuidados implementados pelos enfermeiros relacionados especificamente ao ventilador mecânico em uso, destacamos que 66,6% sempre preparam a máquina para receber o paciente, conectando-a a rede de gás, aos pontos do circuito e tubos traqueal ou cânula de traqueostomia e apenas 33,4% às vezes prepara. Referente à alteração dos parâmetros ventilatórios, 50% dos participantes referem que alteram, ao identificar desconforto respiratório nos pacientes. Segundo Machado (2004), alterar os parâmetros do ventilador não é tarefa de enfermagem, pois, o mesmo afirma que o cuidado está baseado na observação se os parâmetros programados estão de acordo com os prescritos e condizentes com o quadro clínico do paciente. A maioria das participantes (83,3%), não realiza a aferição da pressão do cuff. Fato este, que no II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2000) atribui o controle da pressão do cuff como cuidado de enfermagem. Como também, foi instituída a limpeza diária do aparelho de ventilação mecânica com água e sabão, ou fricção com álcool a 70% como sendo tarefa de enfermagem primordial ao controle de infecção hospitalar; entretanto existiu um pesquisado (16,7%) que nunca realiza tal tarefa durante o seu plantão.

CONCLUSÃO:

Considerando o objetivo proposto, foi possível evidenciar que algumas ações inerentes ao cuidador de enfermagem ao paciente em ventilação mecânica foram negligenciadas, tais como: o preparo do ventilador a fim de receber o paciente, a aferição da pressão do cuff, e a realização da desinfecção do respirador. Isto compromete o profissional, o hospital e a recuperação do paciente, como por exemplo, o risco para infecção. Diante do exposto, detectamos a importância do aperfeiçoamento técnico-científico dos profissionais através da educação continuada e a necessidade de especialistas em enfermagem na área, porque nem sempre a prática qualifica o profissional de forma correta. Almejamos que este estudo proporcione aos enfermeiros através do seu contexto, com ações práticas de enfermagem condizentes com a literatura, e do roteiro estruturado, o aprimoramento da sua assistência ao paciente em suporte ventilatório.

Palavras-chave: Ventilação Mecânica, Práticas de Enfermagem, Unidade de Terapia Intensiva.