62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia
USO DA TALIDOMIDA EM PACIENTES HANSÊMICOS
Thalytta Aires Lago 1, 2
Omar Khayyam Duarte do Nascimento Moraes 1, 2
Waldelinye Barros Ferreira 2, 1
Rôlzele Robson Marques 1, 2
Michelle Menezes Machado 1, 2
Maristela Santos Silva 2
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
2. HOSPITAL ODORICO AMARAL DE MATOS-GRUPO DE FARMÁCIA CLÍNICA
INTRODUÇÃO:
    A hanseníase caracteriza-se como uma doença dermatoneurológica crônica infectocontagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae que atinge pele e nervos periféricos causando processos inflamatórios agudos, levando a incapacidade física até morte, se não diagnosticada inicialmente.  Por vários séculos a doença era tratada com o isolamento total dos doentes da sociedade, a partir do século XII, que os doentes voltavam ao convívio da sociedade após a cura. A poliquimioterapia é o tratamento convencional, não causa danos neurais e desenvolvimento de incapacidades de forma geral no paciente se houver eficácia no mesmo. Segundo SCHÜLER-FACINNI, 2007,O uso de talidomida no tratamento, possibilita a diminuição das dores causadas pelos eritemas nodosos. Este medicamento é considerado de primeira escolha para o tratamento dos casos mais graves da doença, apesar deste ter vários efeitos adversos graves, dentre eles a teratogenicidade, sendo proibida a sua venda comercial. O presente estudo tem por objetivo analisar pacientes acometidos pelo eritema nodoso, tipo de hanseníase, de várias faixas etárias e pelo sexo devido a alta incidência da doença na sociedade, assim como seu tratamento através da talidomida, seus efeitos adversos nos pacientes.
METODOLOGIA:
      Foram utilizados prontuários de 68 pacientes que possuíam tratamento com talidomida com o intuito de diagnosticar positividade para hanseníase no Hospital Aquiles Lisboa na cidade de São Luís - MA. Houve a avaliação das reações causadas pela talidomida e associações nos pacientes em tratamento farmacológico, assim como o sexo predominante.
RESULTADOS:
     Os prontuários analisados apresentavam 46 casos multibacilares, forma mais grave e fácil contágio, e 22 casos paucibacilar, forma menos grave com formação de poucas lesões. Observou-se que esta doença acomete as mais variadas faixas etárias, sendo mais acometidos adultos entre 21 e 30 anos, com 31% dos casos estudados. Há predominância visível em homens (85.3% dos casos) quem em mulheres (14.7% dos casos). A talidomida é utilizada como monoterapia na maioria dos casos (68%), por apresentar maior eficácia do que a terapia associada com os corticóides (32%), este com menor custo e com menos reações adversas que a talidomida. No entanto, os corticóides não têm a mesma eficácia do tratamento realizado somente com a talidomida contra o eritema nodoso hansênico. Apesar dos bons resultados da talidomida, há efeitos adversos, dentre eles o mais grave a teratogenidade, com 57% dentre os demais efeitos sendo proibida venda comercial, exclusivo somente para o tratamento.
CONCLUSÃO:

    Foi identificada a maior incidência de eritema nodoso hansênico no sexo masculino na faixa etária dos 21 aos 30 anos, estes por estarem mais expostos ao bacilo. O tratamento com talidomida tornou-se eficaz por apresentar rápida melhora do paciente que os tratados com a poliquimioterapia, embora a talidomida apresente alta ação teratogênica como principal reação adversa. Portanto, ficou evidente para uma boa eficácia do tratamento da hanseníase deve haver um bom acompanhamento multiprofissional que garanta a adesão, o não abandono do tratamento e o sucesso da terapia ofertada ao paciente.

Palavras-chave: TALIDOMIDA, HANSENÍASE, TRATAMENTO.