62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
AÇÕES DE DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA REALIZADAS POR PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Francisca Marta de Lima Costa 1
Bertha Cruz Enders 2
Janmilli da Costa Dantas 3
1. Depto. de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN
2. Profª Drª./ Orientadora- Depto. De Enfermagem-UFRN
3. Depto. de Enfermagem- UFRN
INTRODUÇÃO:

Desde a metade do século XVIII, é reconhecida a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama e existe a ideia de que um tratamento realizado nas fases iniciais da doença possa oferecer maior possibilidade de cura. Além da redução do índice de mortalidade, o diagnóstico precoce facilita o tratamento do câncer, diminui sua morbidade e possibilita cirurgias mais conservadoras. Porém, nos dias atuais percebe-se que um dos fatores que dificulta o tratamento é o estágio avançado em que a doença é descoberta. No Brasil, a maioria dos casos desse tipo de câncer é diagnosticada em estádios avançados (III e IV), diminuindo as chances de cura das mulheres e comprometendo os resultados do tratamento. Diante desta problemática, o estudo teve como objetivo detectar as ações dos profissionais médicos e enfermeiros, no tocante ao rastreamento do câncer de mama e identificar as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da Estratégia Saúde da Família no que se refere à detecção precoce do câncer de mama. Acreditamos que o estudo seja relevante para a área da saúde de forma geral, principalmente para todos os profissionais que trabalham na Estratégia Saúde da Família, trazendo subsídios para fundamentar o planejamento das ações, como também para o enriquecimento do meio científico.

METODOLOGIA:
O estudo foi do tipo exploratório descritivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido em nove municípios da região Trairi do Rio Grande do Norte. Após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em pesquisa da UFRN sob o número 281/2008, foi realizado a coleta de dados através de um questionário junto a 52 profissionais da Estratégia Saúde da Família, sendo 30 enfermeiros e 22 médicos. Antes dos trabalhadores responderem o instrumento de pesquisa assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta ocorreu nas Unidades de Saúde, Secretarias de Saúde e residência dos profissionais, conforme combinação prévia de horário e local. A análise foi realizada por meio de estatística descritiva.
RESULTADOS:
Os resultados foram organizados e discutidos em dois grandes itens: ações de detecção precoce do câncer de mama e dificuldades vivenciadas pelos profissionais no rastreamento do câncer de mama. Os resultados indicaram que os profissionais em geral, possuem experiência na área de atuação, todos eles (100%) têm algum conhecimento sobre os sinais e sintomas do câncer de mama e que a maioria (96,2%) desenvolve uma ou mais ação de rastreamento deste tipo de patologia, como o exame clínico das mamas e solicitação de mamografia quando necessário, conforme orientações do Ministério da Saúde. No entanto, um grupo considerável de profissionais (55,8%) enfrenta dificuldades nas condutas de rastreamento em seu ambientes de trabalho. As dificuldades variam, de empecilhos de ordem pessoal à de acesso, como a indisponibilidade de cotas para a realização dos exames de rastreamento desta doença.
CONCLUSÃO:

Concluímos que a maioria dos profissionais executa as ações de rastreamento do câncer de mama em seus ambientes de trabalho conforma preconizado pelo Ministério da Saúde, embora haja dificuldades de acesso e de conclusão dos exames de mamografia e ultrasonografia, essenciais na detecção precoce. Entendemos que os profissionais refletem um conhecimento das ações de prevenção secundária, embora não  haja um envolvimento completo nas medidas  de detecção precoce do câncer de mama, devido ao bloqueio no processo de vigilância em saúde imposto pela situação de disponibilidade de cotas. Assim, concluímos que as ações de detecção precoce de câncer de mama no contexto da ESF na região do Trairi estão sendo desenvolvidas em parte, apesar das dificuldades vivenciadas. Há necessidade de medidas que possam mediar esses empecilhos e que  permitam os profissionais efetivar suas ações de prevenção secundária com relação ao câncer de mama junto à população feminina em risco na região. Sugerimos a realização de treinamentos e capacitações dos profissionais para a realização das ações de rastreamento de forma plena e uma ampla discussão da nova legislação que viabiliza o exame mamográfico para mulheres acima de 40 anos, faixa etária em risco para esta patologia. 

 

Palavras-chave: Câncer de mama, Saúde da mulher, Prevenção.