62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
Chromobacterium violaceum: UM PRIMEIRO REGISTRO DE OCORRÊNCIA EM UM RIO DO SEMI-ÁRIDO POTIGUAR
Viviane Silva Félix Nascimento 1
Aline de Souza Amorim 1
Cirleide Marques Dantas 1
Maria Luisa Quinino de Medeiros 1
Mariana Leite da Silveira 1
Magnólia Fernandes Florêncio de Araújo 1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO:

Chromobacterium violaceum, é um importante microorganismo do ambiente, escolhido no ano de 2000, devido ao seu potencial biotecnológico, como modelo para ser o primeiro microorganismo a ter o seu genoma completamente seqüenciado no Brasil. A presença de Chromobacterium violaceum no Brasil foi relatada em 1976, em amostras de água da Estação de Tratamento, da cidade de Manaus, Amazonas.É classificada como Beta-proteobactéria, pertencente à família Neisseriaceae, de vida livre, bacilo, gram-negativo, não esporulado e anaeróbio facultativo. É encontrado em uma variedade de ecossistemas nas regiões de clima tropical e subtropical, habitando normalmente o solo e a água. A violaceína, pigmento sintetizado pela bactéria, possui atividade antiparasitária, antifúngica, antibiótica e produz polihidroxialcanoatos (PHA). Sendo a água um dos principais meio de transmissão de doenças, a análise bacteriológica surge como uma importante ferramenta ao reconhecimento da sua qualidade. Esse estudo objetivou confirmar a identificação da bactéria Chromobacterium violaceum, encontrada em um trecho do rio Assu. A importância dessa confirmação reside no fato de que o mesmo é utilizado pela população para fins pesqueiros, recreativos e para abastecimento residencial.

METODOLOGIA:

Quatro amostras de água foram coletadas na Bacia Hidrográfica do Rio Piranhas- Assu, entre os meses de fevereiro e junho de 2009, porém a bactéria Chromobacterium violaceum foi observada apenas em uma das coletas.  Dois pontos amostrais foram utilizados em cada localidade, sempre próximo das margens, e as amostras obtidas por meio da utilização de frascos de 100 ml, estéreis, numa profundidade de 0-20cm. Os frascos foram armazenados em caixas térmicas com gelo à aproximadamente 4°C e levadas para o Laboratório para a realização das análises. Para a identificação bacteriana foram realizados os testes de coloração de Gram, crescimento em diferentes meios de cultura, testes bioquímicos e antibiograma.

RESULTADOS:

A Coloração de Gram permitiu observar que a bactéria era um bacilo gram-negativo. O microorganismo apresentou bom crescimento em todos os meios de cultura estudados: Ágar Nutriente, Ágar Mac Conkey, Ágar Müeller Hinton, Ágar Cled com Azul de Bromotimol, Ágar Sangue Base, CHROMagar Orientation e  Brain Heart Infusion Ágar (BHI). A bactéria apresentou resultados negativos para os testes de sacarose, lactose, adonitol, manitol, rafinose, maltose, melobiose, uréia, Indol, Voges Proskauer, lisina, ornitina, esculina; e positividade para catalase, oxidase, glicose, citrato e arginina. O isolado era móvel e demonstrou sensibilidade aos antibióticos, amicacina, aztreonam, ciprofloxacina, clorafenicol, gentamicina, imipenem, nitrofurantoina e tetraciclina, e resistência a ampicilina e cefalotina.

 

CONCLUSÃO:

A bactéria apresentou crescimento em todos os meios de cultura analisados. A cepa mostrou-se sensível aos antibióticos, gentamicina, clorafenicol, amicacina, imipenem, nitrofurantoína, tetraciclina, ciprofloxacina e aztreonam e resistente a ampicilina e cefalotina. A amostra encontrada no Rio Assu teve suas características bioquímicas confirmadas pela literatura para Chromobacterium violaceum. A cepa isolada do rio Piranhas-Assu foi identificada como Chromobacterium violaceum, sendo esta a primeira vez em que se notifica aparecimento da bactéria no ambiente aquático referido, no Rio Grande do Norte.

Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: Chromobacterium violaceum, Região Semi-Árida, Assu.