62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO EM UMA SUCESSÃO DE FLORESTA SECUNDÁRIA - PLANTIO DE Eucalyptus sp. NA AMAZÔNIA
Otiniel Ferreira Nunes 1
Deyvison Andrey Medrado Gonçalves 1
Jonas Elias Castro da Rocha 2
Marcos André Piedade Gama 3
George Rodrigues da Silva 4
Nere Leila Alves Ribeiro 5
1. Graduandos em Engenharia Agronômica - UFRA
2. Pós Graduando em Ciências Florestais - UFRA
3. Prof. Dr./Coorientador - Instituto de Ciência Agrárias - UFRA
4. Prof. Dr./Orientador - Instituto de Ciência Agrárias - UFRA
5. Nere Leila Alves Ribeiro
INTRODUÇÃO:
Na Amazônia, o plantio de floresta industrial é realizado desde o início da década de 80. No estado do Pará tem-se observado interesse crescente pelo cultivo de espécies madeireira, com destaque para o Paricá (Schizolobium parahyba) e pelo eucalipto (Eucalyptus sp). Nesse contexto, a fertilidade do solo apresenta-se como um fator importante no planejamento de todas as etapas que seguirão a condução do povoamento florestal. Com base em análises físico-químicas do solo são obtidas informações relevantes para o manejo a ser aplicado, como: técnicas para o uso racional de corretivos e fertilizantes, conciliação da produtividade com os resultados econômicos e preservação do meio ambiente. Para obtenção de rendimentos satisfatórios é necessário conhecer a fertilidade do solo, principalmente em função do manejo adotado. Dessa forma, o comportamento dos nutrientes do solo quando submetidos a diferentes sistemas de uso podem apresentar um gradiente significativo que influenciará na quantidade desses nutrientes sob novo sistema de uso (ARAÚJO; GOEDERT; LACERDA, 2007). O objetivo desta pesquisa foi avaliar a fertilidade do solo, ao longo do tempo, em dois ecossistemas: floresta secundária e eucalipto, na região Amazônica.
METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido em áreas operacionais de plantio de eucalipto, localizadas no município de Dom Eliseu-PA, com solo classificado como Latossolo Amarelo distrófico (EMBRAPA, 2006). A avaliação dos atributos químicos foi realizada em dois ecossistemas adjacentes, uma área de floresta secundária e outra de plantio de Eucalyptus sp. sob cultivo mínimo.. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, sendo dois ecossistemas e dez repetições. A parcela experimental apresentava as dimensões 15 m x 15m (225 m²), alocadas aleatoriamente em cada sistema de uso, perfazendo um total de vinte. Foram realizadas duas coletas de solo, uma no início da implantação das parcelas experimentais e a outra no final do segundo ano após a implantação do experimento. Em cada parcela foram coletadas amostras compostas (formadas por cinco amostras simples cada) para as profundidades de 0 - 0,2 m; 0,2 - 0,4 m; e de 0,4 - 0,6 m. Os atributos químicos do solo, pH, matéria orgânica (MO), P, V% e m%, foram analisados segundo metodologia indicada em Embrapa (1997).
RESULTADOS:
Após a análise dos atributos químicos do solo, os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância, que foi realizada uma para cada coleta e intervalo de profundidade, e quando significativo foi utilizado o teste de Tukey a 5 % de probabilidade para a comparação das médias. Na primeira coleta foram encontradas diferenças significativas entre os ecossistemas quanto aos atributos avaliados na profundidade de 0 - 0,2 m. Pelo teste de Tukey (5%) foram observadas diferenças significativas para as médias de pH, 4,87 e 5,73;de MO, 11,40 e 32,98 g kg-1; de P, 0,75 e 1,34 mg dm-3; de V 46,31 e 54,05%; e de m%, 14,43 e 13,38; respectivamente, para floresta secundária e reflorestamento. Esses resultados sugerem o efeito das adubações iniciais e do sistema de cultivo mínimo utilizado no plantio de eucalipto. A análise de variância não detectou diferença significativa para os atributos químicos avaliados nas demais profundidades. Na segunda coleta não foram observadas diferenças significativas entre os ecossistemas em nenhuma das profundidades, fato este relacionado à estabilização da ciclagem biogeoquímica adquirida gradualmente com o desenvolvimento do reflorestamento e da floresta secundária.
CONCLUSÃO:
Os resultados iniciais da fertilidade do solo entre os dois sistemas avaliados indicam que o reflorestamento com eucalipto apresenta potencial para recuperação de áreas degradadas, uma vez que o mesmo comporta-se de forma similar à floresta secundária natural.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Atributos Químicos, Reflorestamento, Recuperação de Área Degradada .