62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 3. Química Analítica
CROMO EM LATOSSOLO VERMELHO ADUBADO COM DIFERENTES DOSES DE DEJETOS SUÍNOS CONSTITUINDO-SE DE MATERIAL LÍQUIDO COM SÓLIDOS EM SUSPENSÃO NA FORMA DE CHORUME
Éderson Rodrigues Pereira 1
Carlise Frota 1
Sérgio Araújo de Lima Júnior 2
Willian Marra Silva 3
Mário Paes kozima 3
Walder Antônio Gomes Albuquerque Nunes 3
1. Curso de Química, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
2. Curso de agronomia, Centro Universitário da Grande Dourados - UNIGRAN
3. Centro de pesquisa agropecuária Oeste- EMBRAPA
INTRODUÇÃO:
Dejetos de suínos constituem um sério passivo ambiental, mas seu uso como fertilizantes pode ser uma alternativa viável já que os mesmos apresentam grande disponibilidade de nutrientes essenciais para as plantas. Porém o problema específico desses resíduos é sua contaminação por metais pesados provenientes de rações. Dentre os vários metais que constituem estes resíduos orgânicos encontra-se o cromo o qual é um elemento essencial à nutrição humana. A deficiência de ingestão deste elemento provoca distúrbios relacionados ao metabolismo da glicose além de desenvolver doenças cardiovasculares. No entanto, efeitos benéficos deste elemento devem ser considerados com cautela. Na verdade, doses acima das adequadas podem provocar intoxicação e uma série de doenças. Para o homem, o Cromo (VI) é considerado como uma substância carcinogênica. O Cromo (III) é considerado como um nutriente essencial e relativamente não tóxico para humanos e mamíferos. No entanto o Cromo (III) pode oxidar-se na natureza em pH menor que cinco transformando-se assim na sua forma mais tóxica que é o Cromo (VI). Este trabalho tem como enfoque analisar a concentração de Cromo em Latossolo adubado com dejetos suínos.
METODOLOGIA:
O experimento foi montado na área experimental da Embrapa Agropecuária Oeste, em Ponta Porã-MS. O solo local é classificado como Latossolo Vermelho Distrófico típico, de textura média. O dejeto de suínos utilizado constitui-se de material líquido com sólidos em suspensão, na forma de chorume. As parcelas foram instaladas em 06/03/2007 em faixas de 14m de largura e 60m de comprimento. Foram utilizados quatro níveis de aplicação de dejetos de suínos, em doses anuais únicas aplicadas por caminhão tanque equipado com difusor de impacto equivalentes à 0, 14, 28, 56 e 70 m3 ha-1, havendo, também, uma parcela adicional com adubação mineral típica das duas culturas, sendo 250 kg ha-1. Uma segunda aplicação foi realizada em 29/10/2008 seguindo as mesmas doses anteriores. A coleta de amostras de solos foi efetuada na última semana de março de 2009, após a colheita da cultura de soja, nas profundidades de 0-0,05, 0,05-0,10, 0,10-0,15, 0,15-0,20, 0,20-0,30, 0,30-0,40, 0,40-0,50, 0,50-0,60, 0,60-0,80 e 0,80-1,00 m. Para extração do Cromo usou-se Mehlich 1 e posterior leituras em Espectrofotômetro de Absorção Atômica. Para análise de pH do solo, foi utilizado terra fina seca ao ar (TFSA) em Cloreto de Cálcio e em água com posterior leitura em peagâmetro.
RESULTADOS:
A aplicação dos dejetos suínos ocasionou um pequeno acréscimo de cromo na região superficial e entre 20 - 40 cm de profundidade conforme o aumento das doses. Porém não é encontrado valores de concentrações muito distantes dos encontrados na testemunha. Percebe-se também que o cromo não apresenta tendência parcial de lixiviação, pois as concentrações encontradas ao longo das camadas tratadas com maiores doses de dejetos não ultrapassam aquelas encontradas na testemunha. As maiores concentrações detectadas nas maiores doses estão em torno de 0,5 ppm enquanto que na testemunha obteve-se 0,4 ppm de cromo. O pH do solo tanto em Cloreto de Cálcio como em água, apresentou-se acima de cinco mesmo nas camadas de maior concentração de cromo não favorecendo sua oxidação. Observa-se também uma tendência de aumento do pH do solo conforme as doses de dejetos são aumentadas.
CONCLUSÃO:
Nas amostras analisadas foi possível detectar o aumento da concentração de cromo, porém este acréscimo não ultrapassa os níveis considerados tóxicos para o desenvolvimento das plantas. O cromo foi retido principalmente entre as camadas de 20 - 40 cm de profundidade demonstrando a baixa tendência de lixiviação do metal indicando menor possibilidade de contaminação de lençóis freáticos. Não há oxidação do cromo (III) para cromo (IV), pois o pH do solo encontra-se acima de cinco mesmo nas maiores doses.
Instituição de Fomento: CNPq, FUNDECT
Palavras-chave: Cromo, Dejeto suíno, Contaminação ambiental.