62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM UM GRUPO DE FUNCIONÁRIOS DE UMA DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS NA CIDADE DO NATAL-RN: UMA ABORDAGEM A SAÚDE DO TRABALHADOR.
Herbene Fonseca Maia 1
João Bosco Filho 1
Kizy Mizaela Maria de Oliveira Neco da Silva 1
Raphael Raniere de Oliveira Costa 1
Phelipe Gomes de Barros 1
1. Universidade Potiguar - UnP
INTRODUÇÃO:

A saúde do trabalhador é resultado da inserção do sujeito no modo de produção, conseqüentemente da sua condição de vida e trabalho, determinada por condicionantes sociais, econômicos, culturais, tecnológicos e organizacionais. Na maioria das práticas profissionais, as longas jornadas de trabalho associadas às condições ambientais insalubres, a sobrecarga de atividades entre outros fatores de risco acabam expondo os profissionais às doenças ocupacionais. Nesse contexto, vem se destacando no universo do trabalho as doenças crônicas, como por exemplo, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). O surgimento ou agravamento dessa cronicidade no ambiente de trabalho causam danos que vão além do fisiológico, uma vez que, as instalações de tais patologias podem contribuir para diminuição da produção empresarial, seja por redução do nível de desempenho ou em razão do afastamento do trabalho para tratamentos clínicos e ou cirúrgico. Compreendendo que a HAS tem intrínseca relação com o desencadeamento de diversas patologias cardíacas como valvulopatias e Infarto Agudo do Miocárdio, e que estas afetam a saúde do trabalhador, esse estudo tem objetivo mostrar a prevalência da HAS em funcionários de uma distribuidora de alimentos e higiene na cidade do Natal - RN.

METODOLOGIA:

Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, tendo como fonte para construção dos dados a análise documental das fichas de saúde de 186 funcionários, selecionados aleatoriamente. Os dados foram coletados no período de 09 e 15 de novembro de 2009, com autorização prévia da direção da instituição. Foram colhidas informações referentes aos valores de pressão sistólica e diastólica registrados nas fichas observadas. A partir da organização desses dados classificamos os níveis de pressão arterial com base nas diretrizes brasileiras de Hipertensão Arterial de 2006, classificando-as em ótima, normal, limitiforme, hipertensão leve, hipertensão moderada e hipertensão grave. Os resultados foram mostrados através de porcentagem mediante a estatística simples.

RESULTADOS:

Os dados mostraram que cinqüenta e oito pessoas (31,69%), apresentaram níveis pressóricos menores que cento e vinte milímetros de mercúrio (mmHg) de Pressão arterial Sistólica (PAS) e oitenta de Pressão Arterial Diastólica (PAD) sendo classificados com nível ótimo. Setenta e nove (42,62%), tinham esses níveis inferiores a cento e trinta e oitenta e cinco de PAS e PAD respectivamente, classificando-se como tensão ou pressão arterial normal. Dezesseis (8,74%) apresentaram níveis pressóricos entre cento e trinta e cento e trinta e nove de PAS e níveis de PAD entre oitenta e cinco e oitenta e nove sendo classificados em limitiforme. Outros vinte e dois (12,02%) apresentaram PAS entre cento e quarenta e cento e cinqüenta e nove e PAD entre noventa e noventa e nove, caracterizando-se assim, como portadores de Hipertensão (HAS) leve. Apenas cinco, (2,73%) possuíam HAS moderada, com PAS entre cento e sessenta e cento e setenta e nove e PAD entre cem e cento e nove mmHg. Por fim, só três funcionários, (1,63%) se caracterizaram como possuidor de HAS grave, apresentando níveis de PAS maior que cento e setenta e nove e PAD superior a cento e nove durante o período analisado. Os resultados revelam que uma parcela considerável dos analisados, (16,38%), são possuidores dessa cronicidade.

 

 

CONCLUSÃO:

Portanto, conclui-se que a Hipertensão Arterial constitui um fator de risco tanto para o desenvolvimento de problemas cardíacos quanto para o agravamento de quadros clínicos relacionados a essa problemática. Além disso, essas complicações podem interferir nas atividades ligadas a profissão, contribuindo assim para o aumento do absenteísmo. Dessa forma, a classificação dos níveis tensionais de pressão arterial surge como uma forma de identificação dos acometidos pela cronicidade dessa doença, instrumento de comparação entre cargos e desgaste físico, e como estratégia de identificação de fatores de risco associados ao ambiente de trabalho. Então, considerando a amplitude do problema, faz-se necessário que a implantação de estratégias de promoção da saúde faça parte do contexto das empresas empregadoras, bem como a erradicação dos fatores de risco, dentro desse ambiente de trabalho. Sendo assim, o desenvolvimento ou agravamento de patologias cardíacas conseqüentes do exercício profissional, podem ser evitadas, minimizadas e até mesmo excluídas do contexto ocupacional.

Palavras-chave: Doença crônica, Hipertensão, Saúde do trabalhador.