62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 10. Geociências
CARACTERIZAÇÃO HIDRODINÂMICA E PLANIALTIMÉTRICA DA PRAIA DE PONTA NEGRA, NATAL-RN
Éverton Nóbrega Barbosa 1
Ana Catarina de Almeida Moura 1
Helenice Vital 1
1. UFRN, departamento de Geologia
INTRODUÇÃO:
Este presente trabalho consistiu em levantamentos de dados hidrodinâmicos e planialtimétricos como forma de monitoramento ambiental, no período de 2008 e 2009. A área de estudo está localizada na praia de Ponta Negra, na cidade de Natal-RN, no NE do Brasil. Esta ainda foi dividida em duas sub-áreas com a finalidade de haver um melhor controle da área total de estudo. A primeira sub-área localiza-se no início da Via Costeira e a segunda, numa pequena baía no Morro do Careca.
METODOLOGIA:
Este trabalho consistiu em levantamentos de dados mensais durante a maré de sizígia, aplicado às duas sub-áreas. Durante a preamar foram coletados dados hidrodinâmicos, como velocidade de corrente marinha, velocidade do vento, altura das ondas, entre outras. O equipamento utilizado para a medição destes parâmetros consiste em um flutuador e 4 balizas dispostas para o controle da medição das correntes marinhas, um anemômetro para a medição da velocidade do vento e réguas para a medição da altura das ondas, além de cronômetro para calcular o período das ondas e bússolas para medir o ângulo de chegada das ondas e inclinação da praia. Já na baixa-mar foram coletados dados planialtimétricos utilizando um GPS geodésico, este consiste em dois GPS, um fixo (base) que serve como controle e correção, e um móvel (rover) que contornava a área em estudo; acoplado ao rover, estava um computador de mão responsável pelo controle de aquisição dos dados e configuração do sistema em tempo real.
RESULTADOS:
Com a interpretação dos dados coletados em campo, foi possível caracterizar a hidrodinâmica local para a praia de Ponta Negra e com os dados planialtimétricos foi possível montar modelos em 3D mostrando a dinâmica morfológica da costa. Pode-se ainda calcular taxas de erosão e de deposição ao longo da praia, bem como identificar pontos de maior vulnerabilidade ambiental que estejam mais susceptíveis à ação hidrodinâmica ou mesmo a ação antropológica. A integração destes dados nos mostrou através de interpretações e modelagem em 3D, a evolução dinâmica da região e seus parâmetros.
CONCLUSÃO:
A integração dos dados nos indica que a sub-área do Morro do Careca é mais vulnerável ambientalmente a processos hidrodinâmicos do que a Via Costeira, esta que possuí maior dinâmica. O sentido de chegada das ondas na praia estava diretamente relacionado com a direção do vento (SE-NW), no entanto, na sub-área do Morro do Careca, este funcionava como uma barreira natural, modificando estes parâmetros. No período em que as ondas estavam mais altas (segundo semestre de 2008), foi possível observar que houve uma maior taxa de erosão na área, provando a veracidade do método utilizado. Além disto, os dados apontam para um desequilíbrio na área, indicado por não haver uma constância nos eventos de deposição e erosão, este fator pode ser ligado à ação antropológica ou hidrodinâmica.
Palavras-chave: Dinâmica Costeira, Monitoramento Ambiental, Hidrodinâmica.