62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
AVALIAÇÃO DO DIÂMETRO DO COLETO DE AÇAIZEIRO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE NPK NA FASE DE FORMAÇÃO
Cleyson Danilo Monteiro dos Santos 1
Carlos Alberto Costa Veloso 2
Núbia Vasconcelos dos Santos 1
Sérgio Heitor Sousa Felipe 1
1. Universidade Federal Rural da Amazônia / UFRA
2. Embrapa Amazônia Oriental
INTRODUÇÃO:
O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), é uma espécie frutífera e produtora de palmito, nativa da Amazônia e tem com centro de origem o Estado do Pará que é o maior produtor e o principal consumidor. O açaí apresenta grande importância, devido ao crescente interesse dos mercados consumidores local, nacional e internacional. À medida que os cultivos vão se intensificando, o empobrecimento químico dos solos vai se tornando mais expressivo, reduzindo a disponibilidade desses nutrientes para as plantas. Apesar da importância da cultura do açaizeiro no contexto agrícola paraense, dispõe-se de poucos resultados de pesquisa que dêem sustentação ao cultivo racional e recomendação das necessidades de corretivos e fertilizantes. Além disso, a grande maioria do cultivo do açaizeiro paraense está implantada em solos de baixa fertilidade natural e com alto teor de alumínio trocável, exigindo o emprego de corretivos e fertilizantes para uma produtividade sustentada, com vistas a obter produções que superem a média de 25 kg/planta/ano de frutos. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi determinar os níveis de nitrogênio adequado para a fase de formação do açaizeiro em áreas de terra firme.
METODOLOGIA:
O trabalho está sendo conduzido em área de produtor no município de Inhangapi, em Latossolo Amarelo textura média, com parcelas experimentais formadas por 8 plantas em cada linha, sendo as 6 plantas centrais consideradas úteis, no espaçamento de 6,0m x 4,0m, tendo o experimento o total de 288 plantas. O delineamento experimental é de blocos ao acaso, no esquema fatorial fracionado (4x4x4)½, em blocos incompletos. No primeiro ano foram testadas 4 doses de N 0,30,60 e 90g/planta, 4 doses de P2O5 0,40,80 e 120g/planta e 4 doses de K2O 0,50,100 e 150g/planta,com exceção da testemunha, todos os tratamentos estão recebendo lastro uniforme de sulfato de magnésio de 30g/planta e de micronutrientes de 10g/planta de FTE BR 13. O sulfato de magnésio está sendo aplicado em duas porções iguais, na mesma ocasião da adubação de N e K. O FTE e o fósforo fornecido como fosfato natural (Arad) estão sendo aplicados em dose total. O nitrogênio fornecido como uréia e o potássio como cloreto, em duas parcelas iguais. Estão sendo avaliados os dados de altura das plantas e circunferência do coleto. Os resultados estão sendo avaliados estatisticamente, através de análise de variância (teste F). Curvas de regressão foram ajustadas para avaliação das respostas a aplicação de N,P,K em função das variáveis.
RESULTADOS:
A aplicação das doses de nitrogênio tendo como fonte a uréia, referente ao primeiro ano promoveu redução nos valores da circunferência do coleto, porém para a variável altura da planta ocorreu aumento. A dose máxima estimada de nitrogênio foi de 50g por planta que correspondeu à altura de 10,46cm. A dose de 50g por planta, é compatível com a recomendação de Viégas e Botelho para açaizeiros com um ano de idade que é de 45 g por planta de N. A aplicação de fósforo promoveu aumento somente para a variável circunferência do coleto. A dose máxima estimada de fósforo foi de 55,3g por planta de P2O5 que correspondeu a 12,3cm de circunferência do coleto. Essa dose de 55.3g por planta de P2O5 é também compatível, apenas inferior em 4,7g por planta à recomendada por Viégas e Botelho para o açaizeiro no primeiro ano. A aplicação de potássio tendo como fonte o cloreto de potássio aumentou a circunferência do coleto e altura da planta. A resposta mais evidente da aplicação do potássio ocorreu na altura da planta, sendo possível determinar a dose máxima estimada de 124,4g por planta de K2O para 103,6 cm de altura. A dose de 124,4g por planta de K2O para açaizeiros com um ano de idade é superior à recomendada por Viégas e Botelho, que é de 80 g por planta de K2O.
CONCLUSÃO:
Como base nos resultados das variáveis biométricas foi determinada as doses mais adequadas para o primeiro ano, sendo: 50g por planta de N, 55g por planta de P2O5 e 124g por planta de K2O juntamente com 30g por planta de MgO e 10 g por planta de FTE - BR 12.
Palavras-chave: Euterpe oleraceae, Adubação, Fertilizantes.