62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 3. Química Analítica
COMPLEXAÇÃO DE ALUMÍNIO PELO ÁCIDO HÚMICO DA REGIÃO DO PANTANAL - MS CARACTERIZADO A PARTIR DE DIFERENTES BASES EXTRATORAS
Gabrieli Ferreira Simões Guelfi 1
Bruno Alves Moreira 1
Éderson Rodrigues Pereira 1
William Marra Silva 2
Mário Paes kozima 2
Edemar Benedetti filho 1
1. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
2. Centro de Pesquisa Agropecuária Oeste - EMBRAPA
INTRODUÇÃO:
O alumínio (Al) é considerado como o terceiro elemento químico mais freqüente na crosta terrestre, onde compreende aproximadamente 7,1%, em grande parte, estruturalmente formados por óxidos. Um grande número de observações experimentais em plantas vem demonstrando que o alumínio está ligado a inúmeras deficiências apresentadas pelas mesmas, caracterizando sua ação tóxica principalmente no sistema radicular e nas funções celulares. Porém a solubilidade e o deslocamento do Al podem ser fortemente influenciados pela presença de complexantes orgânicos, entre outros, os ácidos húmicos (AH´s). O ácido húmico possui natureza complexa e forma um grupo de compostos heterogêneos cujas características físicas e químicas não são bem definidas. Exerce funções vitais no solo como adsorventes, estabilizadores da acidez, além de serem responsáveis por processos de troca iônica e formação de compostos iônicos quelatos móveis no solo. Exemplo desta atividade é a formação de complexos do AH com os metais, onde esta habilidade complexante resulta de seu alto conteúdo de grupos funcionais. O objetivo deste trabalho tem como enfoque a verificação do poder de complexação do alumínio pelo ácido húmico de diversas regiões do Pantanal - MS e a influência de diferentes bases no processo de extração.
METODOLOGIA:
As amostras foram coletadas em seis pontos distintos da região do Pantanal - MS, e as separações das frações húmicas foram feitas conforme metodologia proposta por Haij. Foram executadas extrações utilizando hidróxido de sódio, hidróxido de potássio e hidróxido de amônio para separação das frações húmicas. Na obtenção dos ácidos húmicos foram executadas uma segunda dissolução e re-precipitação para purificação efetiva. Para quantificação de cinzas, foram pesadas 0,25 g de ácido húmico em cadinho de aço inox precisamente calibrado (peso constante) e aquecido em mufla até 1250 °C com posterior pesagem das cinzas. Na detecção do alumínio, as extrações foram feitas em digestão nitroperclórica e posteriores leituras em Espectrofotômetro de Absorção Atômica.
RESULTADOS:
Após as coletas das amostras, estas foram submetidas a diferentes tipos de extrações básicas para verificar a importância do cátion no processo de extração. Observou-se que na extração com hidróxido de amônio ocorreu uma diminuição da quantidade de AH extraído, em relação ao hidróxido de sódio. Porém, na purificação dos AH´s o teor de cinza foi menor com o hidróxido de amônio em relação ao hidróxido de potássio, fato observado com relação a quantidade final extraída. As amostras foram submetidas a digestão nitroperclórica para leitura em espectrofotômetro de absorção atômica para detecção de íons alumínio total complexado na matriz do ácido húmico. A relação m/m maior encontrada foi de 14,00% para a região de Ipezal extraído com hidróxido de sódio. Para um mesmo ponto e diferentes tipos de extrações, neste caso uma região de mata, obteve-se 6,95%, 1,68% e 0,64% respectivamente utilizando hidróxido de amônio, hidróxido de sódio e hidróxido de potássio. A interação de troca iônica do íon amônio é maior que o do íon potássio, demonstrando a influência de diferentes bases no processo de extração.
CONCLUSÃO:
Nas amostras analisadas foi possível detectar o alumínio total dos ácidos húmicos extraídos utilizando a digestão nitroperclórica e leitura no espectrofotômetro de absorção atômica para as diferentes bases extratoras. Foi importante observar o poder de complexação do ácido húmico da região do pantanal e a alta quantidade de alumínio presente em sua matriz, fortalecendo sua importância ambiental no controle de metais pesados disponíveis às plantas da região. Observa-se que ocorre uma dependência das bases utilizadas na extração em relação à troca iônica com o ácido húmico, inclusive na obtenção da quantidade de massa e do teor de cinzas.
Palavras-chave: Ácido húmico, Alumínio, toxicidade.