As doenças ateroscleróticas são consideradas as principais causas de morbimortalidade em adultos, em países desenvolvidos e em desenvolvimento. As dislipidemias estão entre os principais fatores para o desenvolvimento destas patologias. Estudos de prevalência de dislipidemias podem subsidiar políticas públicas na prevenção e controle de doenças ateroscleróticas. O estudo do perfil lipídico baseia-se na avaliação das dosagens de colesterol total, das lipoproteínas e dos triglicerídeos. Embora os níveis permaneçam relativamente constantes durante 24 horas, a amostra de sangue para o perfil lipídico deve ser obtida depois de um jejum de 12 horas. Os fatores que contribuem para variações nos níveis de colesterol incluem idade, sexo, dieta, padrões de exercício, genética, menopausa, uso de tabaco e níveis de estresse. Este tema é de suma importância, uma vez que as dislipidemias podem constituir risco independente de DAC e a associação com outros fatores de risco aumentam a sua morbimortalidade. Tal estudo objetivou avaliar o perfil lipídico (colesterol total e triglicerídeos) com a finalidade de relacionar tais dados à importância da busca ativa pela melhoria da qualidade de vida e assistência de enfermagem pelas unidades de saúde aos portadores de dislipidemias.

Para realização deste trabalho foi utilizada a coleta de dados de pacientes da rede privada e pública, para ambos os sexos, no período de setembro até dezembro de 2009, no laboratório de análises clínicas CEACLIN da cidade de Sousa-PB, sendo uma pesquisa documental quali-quantitativa.

A amostragem da dosagem de colesterol foi de 358 pacientes, notou-se uma maior prevalência no nível desejável para ambos os sexos, numa freqüência média de 44,1% da população submetida ao estudo, sendo 29,9% do sexo masculino e 70,1% do sexo feminino; 1,4% dos níveis alterados para os indivíduos na faixa etária dos 2 aos 19 anos, 26,8% em estado limítrofe e 25,7% superior a 239 mg/dl. Quanto aos triglicerídeos houve maior freqüência no nível normal, onde para ambos os sexos a incidência foi de 48,36%; a amostragem para triglicerídeos foi de 337, sendo 29,67% do sexo masculino e 70,33% do sexo feminino, entre 2 e 9 anos 0,6% apresentava uma alteração da taxa maior que 100mg/dl  assim como 1,18% dos pacientes entre 10  e 19 anos superior a 150mg/dl; acima dos 19 anos 19% encontra-se em estado limítrofe, 26,41% elevado os níveis de triglicerídeos e 2,67% muito elevado. Os resultados da pesquisa revelam que embora a maior parte da população estudada encontre-se dentro dos parâmetros normais (57,26%), há um elevado e preocupante número de pessoas com índices elevados (42,73%), que são significativos e passíveis de advertência. Além disso, o maior número de mulheres comprova não a maior prevalência nesse sexo, mas sim a maior procura pelos serviços de saúde pelas mesmas.

Nesse sentido  é essencial o fortalecimento do trabalho educativo das equipes multiprofissionais, em especial a equipe de enfermagem que está mais presente na assistência primária, e o aperfeiçoamento da assistência básica para a busca ativa de correção das dislipidemias a fim de prevenir e/ou tratar as conseqüências do desequilíbrio lipídico, orientando quanto aos fatores de risco e a importância da eliminação dos mesmos (perda de peso, parar de fumar, praticar exercícios físicos regularmente, ingerir bebidas alcoólicas com moderação e melhorar  os hábitos alimentares). Além disso, faz necessário a implementação de uma política de saúde voltada para os homens.