Nos últimos anos tem aumentado significativamente a utilização de corantes orgânicos para o tingimento de pedras preciosas e semi-preciosas pela indústria brasileira, devido, principalmente, ao seu baixo custo e diversidade de cores disponíveis. O corante Verde Brilhante se destaca como um dos mais utilizados pelas indústrias do setor. Os efluentes gerados pelas indústrias de tingimento contêm altas concentrações residuais de cor, mostrando-se altamente tóxicos à biota aquática podendo causar interferência no processo da fotossíntese natural do meio onde são descartados. No Brasil, a legislação CONAMA 357/05 estabelece padrões e condições de lançamento de efluentes em corpos hídricos, desde que obedeçam as condições, padrões e exigências dispostas nesta resolução. Neste trabalho, em particular, foram executados Processos Oxidativos Avançados (POAs) tipo fotolítico (UV), fotoquímico (UV/H₂O₂) e Fenton (Fe²⁺/H₂O₂) para a degradação a temperatura ambiente de soluções aquosas do corante verde brilhante.

Os experimentos foram conduzidos seguindo à temperatura ambiente (27 ^oC) em meio aquoso para o corante verde brilhante a uma concentração de 20 mg/L. Para acompanhamento da cinética oxidativa, alíquotas foram coletadas nos tempos pré-estabelecidos de 0, 1, 3, 5, 7, 10, 20, 30, 45 e 60 minutos e analisadas por espectrofotometria de absorção molecular a 620 nm, máximo comprimento de absorção do corante. Experimentalmente, para o processo fotolítico utilizou-se unicamente a radiação UV como fonte de agente oxidante em reator cilíndrico em PVC (comprimento de 14,7 cm e diâmetro 2,5 cm). Para o processo fotoquímico, além da luz UV, foi adicionada à solução do corante uma solução de H₂O₂ 30% até uma concentração final de 2 mmol/L. Na reação Fenton, foram utilizados erlenmeyers de 125 mL, contendo a solução de corante sob forte agitação constante e concentrações finais de Fe²⁺ de 0,05mmol/L e 0,20mmol/L de H₂O₂ .

Os processos oxidativos (POAs) apresentaram significativa eficiência na degradação do corante verde brilhante, produzindo, em todos os casos, remoções superiores a 95% após 30 minutos de reação. Em termos cinéticos, os dados foram modelados com elevada correlação pelo modelo de pseudo-primeira ordem de Chan e Chu. Experimentalmente, a partir dos resultados obtidos, observou-se uma cinética de oxidação variando na ordem Fenton (2,781 min^-1) > Fotoquímico (1,892 min^-1) >>> fotolítico (0,201 min^-1). Em particular nos processo assistidos por peróxido de hidrogênio observou-se uma quase completa remoção de corante em 10 minutos de reação. A reação Fenton, entre todos os processos aplicados, mostrou-se como tratamento mais promissor, principalmente quando se combinam os efeitos de cinética e de capacidade oxidativa.

Os resultados obtidos mostraram que os processos oxidativos avançados aplicados são bastante eficientes na descoloração/degradação de corante verde brilhante em meio aquoso. As taxas de remoção de cor foram superiores a 95% em todos os sistemas aplicados, mesmo para o processo fotolítico onde a cinética reacional foi significativamente mais lenta.