62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
QUALIDADE SANITÁRIA DE SEMENTES DA ESPÉCIE FLORESTAL TATAPIRIRICA (Tapirira guianensis Aubl.)
Núbia Vasconcelos dos Santos 1
Sérgio Heitor Sousa Felipe 1
Ruth Linda Benchimol 2
Cleyson Danilo Monteiro dos Santos 1
1. Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
2. Embrapa Amazônia oriental
INTRODUÇÃO:
Tapirira guianensis Aubl., pertencente à família Anacardiaceae, popularmente conhecida por tatapiririca. Possui lenho de baixa densidade (0,51 Kg/m3) e leve, sendo utilizado na indústria madeireira, também pode ser empregada em reflorestamentos heterogêneos, principalmente de locais úmidos, graças a fácil adaptação a esse ambiente e à produção de frutos, que são altamente apreciados pela fauna (LORENZI, 1992). A qualidade sanitária das sementes de essências florestais é de grande importância para a atividade silvicultural, visto que as sementes de alto valor permitem uma redução dos custos de implantação. Entretanto, são poucos os conhecimentos sobre as perdas econômicas devido à presença de patógenos transmitidos por sementes em espécies florestais (Carneiro, 1987). A semente é um órgão vegetal muito vulnerável à fitopatógenos, constituindo-se em um dos mais importantes e eficientes veículos de transmissão de doenças (Dhingra et al, 1980). Em virtude disso, este trabalho teve por objetivo avaliar as condições da sanidade de sementes de T. guianensis Aubl. para subsidiar medidas de controle nas produções de mudas.
METODOLOGIA:
As sementes foram coletadas em uma matrizes localizada na Universidade Federal Rural da Amazônia, a coleta foi realizada em baixo da árvore e no chão. Após a coleta o material foi encaminhadas ao laboratório de Fitopatologia da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, em Belém, Pará, para realização dos testes. Nas sementes amostradas, foram feitos testes de sanidade para detecção de fitopatógenos, com base nas Regras de Análise de Sementes (RAS) do Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento - MAPA. As sementes foram submetidas ao método de incubação em papel filtro "blotter test". O papel filtro foi esterilizado (autoclave - 15 min. à 127ºC); onde o gerbox foi previamente desinfestado com álcool à 70%. Utilizou-se 2 folhas de papel filtro umedecido com água destilada esterilizada em 2 tratamentos: um com assepsia e outro sem assepsia. A desinfestação das sementes, do tratamento com assepsia foi à 1% de hipoclorito de sódio durante 2 minutos. Cada gerbox conteve 10 sementes com 20 repetições para cada tratamento, totalizando 400 sementes. O período de incubação foi 10 dias, sobre condições ambientes.
RESULTADOS:
Nos experimentos realizados em sementes de Sumaúma foram encontrados dois gêneros de fungos, que são: Penicillium e Lasiodiplodia. Ambos os tratamentos com assepsia e sem assepsia apresentaram os gêneros Penicillium e Lasiodiplodia. A percentagem de Penicillium foi de 8,3% no tratamento com assepsia e 5,5% sem assepsia (testemunha); a percentagem de Lasiodiplodia foi 100% nos dois tratamentos. A contaminação por Lasiodiplodia foi 100% em ambos os tratamentos, mostrando dessa forma que a assepsia com hipoclorito a 1% não foi eficaz no controle do fungo. A percentagem de Penicillium foi maior no tratamento com assepsia, possivelmente porque durante o processo de assepsia ocorreu uma maior contaminação de outras sementes pelas que possuíam o fungo em sua epiderme, e o tratamento com hipoclorito não foi suficiente para controlar esse fungo. Os fungos presentes nas sementes de espécies nativas devem ser objeto de maior atenção, já que alguns desses microorganismos podem causar danos à qualidade e à produção de mudas nativas, em projetos de recuperação com espécies nativas ou para arborização de parques.
CONCLUSÃO:
O tratamento com hipoclorito à 1% na assepsia das sementes não foi eficaz no controle, pois a presença de Penicillium foi superior nesse tratamento em relação a testemunha ( sem assepsia), e a presença de Lasiodiplodia foi máxima (100%) nos dois tratamentos. As espécies florestais são portadoras de uma grande variedade de patógenos que podem atuar diretamente ou indiretamente na germinação e produção de mudas em viveiros.
Palavras-chave: Tatapiririca, Sanidade, Sementes.