62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DA AMÊNDOA DE INAJÁ (Maximiliana maripa (Aublet) Drude) COMO MATÉRIA-PRIMA PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL.
Saime Joaquina Souza de Carvalho Rodrigues 1
Possidônio Guimarães Rodrigues 1
Rodolfo Silva Provenzano 1
Ananda Leão e Jesus 1
Eduardo Roberto Brandão de Souza 1
Núbia Vasconcelos dos Santos 1
1. Graduandos da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
INTRODUÇÃO:
A região Amazônica possui uma riqueza considerável em espécies vegetais que proporcionam uma potencialidade econômica e valorização importante para a região. O inajá (Maximiliana maripa (Aublet) Drude) é uma espécie que se caracteriza como matéria-prima importante para obtenção de óleo que pode ser extraído do seu endosperma, sendo uma ótima matéria-prima para produção de biodiesel. Pertencente à família Arecaceae, o inajá pode ser encontrado em na Amazônia; tendo sua maior incidência no Estado do Pará e mais precisamente no estuário amazônico. Apesar do seu potencial oleaginoso, não temos estudos específicos da caracterização da potencialidade dos seus frutos em relação à produção de óleo, o que sugere a necessidade de estudos do tamanho e forma dos frutos, já que alguns estudos apresentam que a maior concentração de óleo do fruto está no endosperma, que tem correlação direta com o diâmetro do fruto e diâmetro da semente, e com outras medidas morfométricos. Neste sentido, selecionou-se para a realização deste trabalho o fruto de inajá, que segundo a literatura é fonte potencial em óleo, para avaliação dos seguintes caracteres: diâmetro longitudinal da semente, diâmetro transversal e relação DT/DL da semente visando seu potencial à produção de biodiesel.
METODOLOGIA:
Os frutos de Inajá foram coletados diretamente das plantas em duas diferentes coletas realizadas na região Nordeste do Estado do Pará. A primeira coleta foi realizada no mês de abril de 2009 no município de Cametá. A segunda coleta foi realizada no mês de junho de 2009 em Beja no município de Barcarena. Para este experimento, foram coletados em cada localidade, cerca de 200 frutos por progênie em um total de 25 progênies, totalizando 5.000 frutos coletados. No laboratório de sementes da Universidade Federal Rural da Amazônia os frutos coletados passaram por procedimento de despolpamento manual, onde todo o mesocarpo foi retirado para que o processo de medição fosse realizado. Todas as medidas foram obtidas com o auxilio do paquímetro universal de marca Somet e expressas em centímetros. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, utilizando-se do Programa ASSITAT (ASSISTAT ver. 7.5 BETA, 2008). Nas determinações físicas, considerou-se um delineamento inteiramente ao acaso, com 2 tratamentos (localidades de coleta) e 2b5 repetições (progênies), onde frutos por acesso foram considerados como observações repetidas no mesmo indivíduo. As médias dos tratamentos (acessos) foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5%.
RESULTADOS:
De acordo com o resultado das análises de variância e médias para características de medida de diâmetro transversal, longitudinal de sementes e ralação DT/DL de Maximiliana maripa realizadas no programa ASSISTAT, verificou-se que não houve, tanto para tamanho transversal quanto para tamanho longitudinal e relação DT/DL, diferença significativa entre os dois tratamentos (município de Cametá e Beja no município de Barcarena). Quanto à relação DT/DL (cm), os tratamentos P001-BEJA (0,706) e P014-CAMETÁ (0,736) apresentaram as maiores médias, enquanto o P022-CAMETÁ (0,518), P004-CAMETÁ (0,522), P010-CAMETÁ = P016-CAMETÁ (0,546) e P021-BEJA = P024-CAMETÁ (0,549) tiveram as menores médias para essa característica. A maioria dos tratamentos apresentou fruto de formato achatado, ou seja, com relação DT/DL inferior a 0,8. Onde, nenhum dos tratamentos mostrou frutos de formato arredondado com relação DT/DL igual a 1,0.
CONCLUSÃO:
As análises das características de medida de diâmetro transversal, longitudinal de sementes e relação DT/DL de Maximiliana maripa deste trabalho não mostraram diferença significativa em termos de produtividade para os diferentes tratamentos analisados. Desta forma, pode-se ponderar que independentemente da procedência do fruto (Amêndoa), a produtividade, em relação à matéria prima para concepção de biodiesel será igual nas duas localidades. Porém deve-se prosseguir pesquisando em diferentes municípios (outros tratamentos) e realizando novas avaliações para encontrar maior significância entre os tratamentos e análise de diferentes progênies.
Palavras-chave: Inajá, Amêndoa, Biodiesel.