62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 10. Odontologia
ESTUDO CLÍNICO-PATOLÓGICO DE 25 CASOS DE AMELOBLASTOMAS SÓLIDOS CONVENCIONAIS E UNICÍSTICOS
RANIEL FERNANDES PEIXOTO 1
DANIEL FERNANDES PEIXOTO 2
CASSIANO FRANCISCO WEEGE NONAKA 1
DEBORAH PITTA PARAISO IGLESIAS 1
MÁRCIA CRISTINA DA COSTA MIGUEL 1, 3
1. DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA, UFRN, NATAL/RN
2. DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA, UFPB, JOAO PESSOA/PB
3. ORIENTADORA
INTRODUÇÃO:
O ameloblastoma é uma neoplasia epitelial benigna de origem odontogênica, localmente invasiva, que constitui um dos mais frequentes tumores odontogênicos. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde subdividiu esta lesão em quatro variantes distintas, designadas: ameloblastoma sólido convencional, unícistico, desmoplásico e periférico. Dentre os tumores odontogênicos, o ameloblastoma é o mais comum, quando excluído os odontomas e se apresenta clinicamente como uma tumefação assintomática, de crescimento lento e que pode apresentar sintomatologia dolorosa quando atinge grandes extensões. Tem marcante tendência a envolver a região posterior e ramo ascendente da mandíbula, sem predileção por sexo e a faixa etária de acometimento varia entre 30 e 60 anos. Diversos padrões histológicos podem ser evidenciados como: folicular, plexiforme, acantomatoso, de células basais e de células glanulares para os sólidos convencionais e luminal, intraluminal e mural para os unicísticos. Nesse contexto, o presente trabalho realizou uma análise retrospectiva dos achados clínicos e histopatológicos em uma série de casos de ameloblastomas sólidos convencionais e unicísticos diagnosticados no Serviço de Anatomia Patológica da Disciplina de Patologia Oral do Departamento de Odontologia da UFRN.
METODOLOGIA:
Para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizados os casos de ameloblastomas registrados e arquivados no Serviço de Anatomia Patológica da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A amostra foi constituída por 25 casos de ameloblastoma, dos quais 21 foram sólidos convencionais e 4 unicísticos. Os critérios que determinaram a inclusão dos casos na amostra foram a quantidade e a qualidade do material biológico contidos nos blocos de parafina suficientes para a confecção de lâminas histológicas. Qualquer caso que não obedeceu aos critérios de inclusão foi excluído da pesquisa. Por meio de consulta às fichas de requisição de biópsia, foram coletados dados referentes ao sexo, idade, cor/raça, localização anatômica e aspectos radiográficos. Para o estudo histopatológico, foram utilizadas lâminas com cortes de 5µm de espessura, corados pela técnica de rotina da hematoxilina e eosina e examinadas sob microscopia de luz, por três avaliadores calibrados, os quais descreveram os aspectos histomorfológicos dos ameloblastomas. Os resultados obtidos foram tabulados em planilha eletrônica (Microsoft Excel®), estabelecendo valores médios e percentuais e posterior análise descritiva. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN.
RESULTADOS:
Dos 25 casos de ameloblastomas, 15 (60%) afetaram homens, 8 (32%) atingiram mulheres e 2 (8%) não foram informados. A média geral de idade foi de 40,7 ± 21,1 anos, sendo 43,9 ± 21 para sólidos convencionais e 21,3 ± 4,5 para unicísticos. Quanto à cor/raça, a maioria foi leucoderma (n=15; 60%), seguida por melanoderma (n=5; 20%) e feoderma (n=3; 12%), sendo que os 2 casos restantes não foram analisados devido a ausência de dados na ficha clínica. Vinte e três casos acometeram a mandíbula (92%) e 2 casos a maxila (8%), sendo observados 18 (72%) na região posterior. Em geral, os resultados clínicos referentes ao sexo, idade e localização anatômica corroboram com os achados constantes na literatura. Os dados referentes a cor/raça são escassos na literatura, entretanto, OKADA, 2007 sugerem que a incidência dessa lesão tem uma relação direta com raça e com a localização geográfica e que a raça negra é a mais acometida. O aspecto radiográfico não foi conclusivo devido a ausência de dados na ficha clínica. Com relação aos aspectos histopatológicos, nos ameloblastomas sólidos convencionais o padrão folicular foi o mais freqüente com 48%, seguido pela combinação folicular-plexiforme (28%) e plexiforme (24%). Esses resultados histopatológicos também estão de acordo com a literatura.
CONCLUSÃO:
Os dados clinico-patológicos obtidos nesta amostra de ameloblastomas sólidos convencionais e unicísticos, de forma geral, se assemelham aos dados referenciados na literatura científica pesquisada. Demonstrando que ambas são lesões mais comumente encontradas na região posterior de mandíbula, onde se verifica uma média de idade maior para os casos sólidos convencionais quando comparados aos unicísticos e que o padrão histopatológico folicular é o mais prevalente nos casos de ameloblastomas sólidos convencionais.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: AMELOBLASTOMA, TUMOR ODONTOGÊNICO, EPIDEMIOLOGIA.