62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES CRÍTICOS ADMITIDOS EM UMA UTI ADULTA
Paulo Granges e Silva 1
Ana Stela Salvino de Brito 1
Daniela de Lucena Monteiro 1
Ketinlly Yasmyne Nascimento Martins 1
Renata Newman Leite Cardoso dos Santos 1
Pablo Ribeiro Albuquerque 2
1. Departamento de Fisioterapia, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
2. Prof. Ms./Orientador - Departamento de Fisioterapia - UEPB
INTRODUÇÃO:
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente criado para dar maior atenção aos pacientes críticos, que possuem níveis de comprometimento variados, desde estado geral regular ao gravíssimo. Tal espaço necessita de cuidados e monitoração contínua e intensiva durante as 24 horas do dia, a fim de obter-se a estabilização do quadro clínico ou mesmo a melhora efetiva do paciente, que em particular, é mais dependente de cuidados, requer observação continua e necessita de um maior número de intervenções devido à gravidade do sua saúde. As internações em uma UTI ocorrem como resultado de diversas injúrias, como fraturas, politraumatismos, traumatismo crânio-encefálico (TCE), acidente vascular encefálico (AVE), ferimento por arma de fogo (PAF) e arma branca, traumatismo raquimedular,infarto agudo do miocárdio(IAM), insuficiência respiratória(IR), entre outras.Desta forma, o presente estudo teve como objetivo traçar um perfil epidemiológico dos pacientes internos em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto, verificando dados sócio-demográficos e clínicos do paciente na referida unidade. Com base na importância dos serviços de terapia intensiva para a saúde pública, os benefícios de estudos dessa magnitude são significantes para o Governo, profissionais da saúde e para toda a sociedade.
METODOLOGIA:
Foi realizado um levantamento documental retrospectivo de 450 pacientes internos no Hospital de Urgência, Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena - HETSHL em João Pessoa - PB no ano de 2009. Foram incluídos neste estudo pacientes que foram adimitidos na UTI referida no período entre 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2009, excluídos os prontuários com informações incompletas ou incompreensíveis. A coleta de dados foi realizada durante 3 semanas e a estatística foi verificada através do Software Bioestat 5.0 ®, afim de obter desvio padrão, variância, média aritmética, moda e freqüência. Em seguida foram observados informações referentes a média de idade, gênero, incidências da principais injúrias presentes na UTI, tempo de internação e óbitos.
RESULTADOS:
Os resultados obtidos mostraram que a idade média dos pacientes foi de 41,9 + 21,2 anos, os limites superiores e inferiores variaram de 14 a 94 anos, respectivamente, esses dados corroboraram com os encontrados em uma pesquisa no estado do Ceará realizada por Menezes et al (2005), onde foi de 55 anos a média de idade e de 16 e 93 anos os limites inferior e superior. Em relação ao gênero, o estudo de Menezes et al (2005) mostrou que metade dos usuários do serviço de UTI eram mulheres, o que não corroborou com essa pesquisa, aonde 69% dos pacientes eram do gênero masculino. Quanto as injúrias de base, o estudo de Menezes et al (2005) apresentou as três principais causas de internação como sendo: Injúrias neurológicas (TCE, AVC e disfunções neuro-musculares), Doenças cardiovasculares e Insuficiência respiratória. Esse dado corrobora em parte com o presente estudo, onde as principais causas de internação foram o TCE e o AVE, além das PAF. Quanto ao tempo médio de internação o referido estudo não corroborou com a pesquisa de Menezes, pois o último mostrou que a permanência média dos pacientes internos na UTI foi de 7.9 dias, contra 6.8 dias encontrados neste estudo. Para o estudo de Menezes, os óbitos do serviço forem de 33.7%, enquanto que para este o valor se mostrou em 36.3%.
CONCLUSÃO:
Após a realização do estudo foi possível observar que maioria dos internos possuía idade média de 41,9 anos, eram do gênero masculino e o tempo de internação foi de aproximadamente sete dias. Foi possível verificar também que as três principais injúrias observadas no serviço foram TCE, AVE e PAF. No presente estudo ainda foi possível observar que o grupo de pacientes que evoluiu a óbito foi de 36,3%. É interessante considerar a dificuldade em obter os dados referentes ao diagnóstico clínico principal, pois algumas vezes a legitimidade do diagnóstico como sendo o principal fator que desencadeou a internação na UTI foi colocado em questionamento pelos pesquisadores.
Palavras-chave: UTI, Paciente Crítico, Estado Clínico.