Espécimes dos táxons Porifera e Cnidaria são freqüentemente encontrados na região de entre - marés, onde várias formas coloridas e belas, muitas vezes prostradas nas rochas, nem parecem animais, no sentido mais comum das apreensões da população em geral. Pesquisas feitas com os moradores de habitantes de área costeira revelaram que poucas pessoas sabem sobre os Invertebrados marinhos, principalmente, Poríferos e Cnidários. Um impacto provocado a esses organismos é que eles são explorados e utilizados na economia como forma de artesanato. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo observar a presença dos poríferos e cnidários dentro de uma determinada área de recifes de arenito avaliando a sua expressividade e buscando uma aprendizagem por meio de uma abordagem comparada entre esses dois grupos taxonômicos para subsidiar elementos didáticos que possam se expostos em Unidades Escolares.

Como exercício para uma observação científica de senso visual, atividades de campo foram realizadas na Praia de Santa Rita, pertencente à Área de Proteção Ambiental (APA) Jenipabu/APAJ, no Município de Extremoz/RN, em agosto de 2009. Procedeu-se o estudo de dois táxons verificando sua distribuição na região e comparando com informações obtidas na literatura especializada. Por questão de conservação dos organismos, nenhum espécime foi coletado, valendo-se então de espécimes testemunhas depositados em Coleção Científica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como prova empírica para averiguação posterior. Apenas se fez uso de fotografias para registro dos animais. Informações adquiridas em aulas de campo realizadas em anos anteriores a 2009 também foram utilizadas como elemento de estudos complementares.

Nos recifes de arenito foram observados grupos diversos de poríferos e cnidários, perceptíveis pela sua cor. Entre os Cnidaria, encontram-se: Physalia physalia, Anthozoe sp, os quais são bem expressivos e ocupam áreas de cobertura das rochas expostas. Já os poríferos, também exibindo tonalidades diversas encontram-se mais presentes sob as rochas ou em cavidades. Associados a esses dois grupos podem ser vistos outros organismos buscando abrigo ou alimento, principalmente invertebrados. Considerando que se trata de uma região com a presença de várias poças de marés é mais um elemento que se pode utilizar para chamar a atenção da necessidade de conservação do ambiente. Já que são nas poças de marés que muitos organismos marinhos vêm do alto mar para reproduzir depositando, então suas larvas. Com a compreensão desse aspecto pode-se chamar a atenção para os ambientes marinhos recifais.

Pelas observações feitas, ficou clara a necessidade de se conservar o ambiente marinho da APAJ e desenvolver mais pesquisas sobre a biodiversidade local, no sentido de se ter os exemplares identificados em níveis mais específicos, para que os mesmos possam ser úteis não somente aos estudos de educação ambiental, mas também para as investigações ecológicas e fisiológicas. Também é importante que os conhecimentos sejam levados à comunidade para que tomem conhecimento da riqueza marinha da região.