62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
REPERCUSSÕES DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR SOBRE A MECÂNICA RESPIRATÓRIA, A CAPACIDADE FUNCIONAL E A QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES OBESAS
Elisa Sonehara 1, 2
Mariana Beatriz de Souza Santos 1
Lylyam Bibiana de Oliveira Fernandes 1
Maria do Socorro Luna Cruz 1
1. Curso de Fisioterapia, Universidade Potiguar (UNP),Natal/RN
2. Profa Ms/ Orientadora - Curso de Fisioterapia, Universidade Potiguar (UNP),Natal
INTRODUÇÃO:
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal. A alta incidência de novos casos de obesidade é atribuída aos fatores: hereditariedade, alterações hormonais, hábitos alimentares inadequados e sedentarismo. Apontando para a necessidade de uma intervenção multidisciplinar adequada, buscando minimizar os fatores de riscos associados à obesidade: hipertensão arterial sistêmica, diabetes, dislipidemia, doenças cardiovasculares, doenças articulares, síndrome da apnéia obstrutiva do sono, reduções da força e capacidade de endurance dos músculos respiratórios, distúrbios da função pulmonar com diminuição dos volumes e capacidades pulmonares refletindo na sua capacidade de realizar exercícios. A Reabilitação Pulmonar pode ser um alternativa para otimizar a autonomia e desempenho físico e social, pois é um programa multiprofissional de cuidados a pacientes com doença respiratória crônica. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a mecânica respiratória, capacidade funcional e qualidade de vida de mulheres obesas após a aplicação de um programa de reabilitação pulmonar. Sua relevância está na ampliação do conhecimento científico da sociedade em geral sobre a importância dos exercícios físicos como medida preventiva na incidência da obesidade e suas co-morbidades.
METODOLOGIA:
Pesquisa experimental, quantitativa e longitudinal. Realizada na clínica de fisioterapia da Universidade Potiguar, aprovada pelo CEP-UNP (221/2008). Participaram 22 obesas, selecionadas de forma intencional e aleatória em dois grupos (controle n=9 e experimental n=13).Após assinar o TCLE, foram entrevistadas usando o questionário de qualidade de vida SF-36, mensuração da massa corporal e estatura (Balança digital-Toledo), volume minuto(VM) e corrente(VC) (ventilômetro-Ferraris), pressão inspiratória máxima (PImáx)e pressão expiratória máxima (PEmáx) (manovacuômetro-Gerar ) e aplicado o teste de caminhada de 6 minutos. Foram submetidas ao programa de reabilitação pulmonar composto por alongamentos, condicionamento aeróbico, fortalecimento muscular de membros superiores/inferiores e relaxamento com exercícios respiratórios, 3 vezes semanais, totalizando 30 sessões de 60 minutos. O grupo controle ficou aguardando o término das 10 semanas de intervenção, para em seguida serem submetidos ao mesmo programa de reabilitação pulmonar. Os resultados foram submetidos ao teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov com p< 0,05. Nas comparações intra grupo, para dados não paramétricos foi utilizado o Teste de Wilcoxon, e os paramétricos o Teste T de Student. Na análise inter grupo, foi utilizado o Mann-Whitney Test.
RESULTADOS:
Na análise intra grupo, o grupo controle com idade média de 54,70 ± 8,74 anos, apresentaram resultados estatisticamente significativos (p<0,05) para: Volume Minuto (p=0,0053) e nos domínios do questionário de qualidade de vida SF36: estado geral de saúde(p=0,0347) e saúde mental (p=0,0077); e o grupo experimental com idade 48,77 ± 13,38 foram as variáveis VM (p=0,0138), VC(p=0,0029), e PEmáx (p=0,0038), na distância percorrida noTC6 (p=0,0001) e nos domínios do SF-36: capacidade funcional (p=0,0015), dor(p=0,0266) e aspectos físicos (p=0,0444).Na comparação inter grupos houve diferença significativa (p<0,05) na PEmáx (p=0,0005) pois os efeitos crônicos do exercício relacionados com a adaptação periférica com melhor controle da distribuição do fluxo sanguíneo, adaptações específicas da musculatura esquelética e ainda, tipo, intensidade, duração e massa muscular envolvida. Na distância percorrida do TC6 (p=0,0001) houve um aumento na distância percorrida pelo grupo experimental de 189,6 metros em relação ao controle, demonstrando melhora no condicionamento físico, refletindo sobre a qualidade de vida pois houve diferença significativa nos domínios SF36: capacidade funcional (p=0,0002), dor (p=0,0170), estado geral de saúde (p=0,0056), vitalidade (p=0,0006) e aspectos emocionais (p=0,0304).
CONCLUSÃO:
Diante dos resultados analisados observamos que, mulheres obesas submetidas a um programa de reabilitação pulmonar, apresentaram melhora na mecânica respiratória pois houve diferença significativa nos Volume Minuto, Volume Corrente, Pressão Expiratória Máxima. Quanto a capacidade funcional observamos que houve um aumento na distância percorrida do Teste de Caminhada de 6 minutos, bem como houve melhora na qualidade de vida da obesas no tocante aos domínios de capacidade funcional, estado geral de saúde, aspectos físicos, dor, vitalidade e aspectos emocionais.Portanto, conclui-se que, o programa de reabilitação pulmonar proposto produziu efeitos positivos na mecânica respiratória, na capacidade funcional com uma repercussão benéfica na percepção da qualidade de vida das mulheres obesas sedentárias
Palavras-chave: Obesidade, Qualidade de vida, Reabilitação pulmonar.