62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
VARIAÇÃO DO PH E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES SOB INFLUENCIA DO SISTEMA DE PREPARO DE ÁREA UTILIZANDO QUEIMA E TRITURAÇÃO DA VEGETAÇÃO NO MUNICÍPIO DE IGARAPÉ-AÇÚ/PA
Samuel Christian Cohen Farias 1
Jailson Trindade Pereira 1
Eduardo Roberto Brandão de Souza 1
Naísa Castro Leal 1
Gerson Moreira Barros 1
Mário Lopes da Silva Junior 2, 1
1. Área de Ciência do Solo - Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA
2. Prof. Dr./ Orientador
INTRODUÇÃO:
Na região amazônica, o sistema tradicional de uso da terra é o da agricultura itinerante, que se inicia pela derruba manual e queima da vegetação, após a remoção das árvores economicamente interessantes. Esse sistema é executado por causa da minimização de mão-de-obra, do efeito fertilizante imediato das cinzas, do aumento do pH do solo e da eliminação superficial das sementes de plantas invasoras. Além das modificações causadas nas propriedades físicas e biológicas do solo, o sistema de queima causa graves problemas nas propriedades químicas, principalmente no que diz respeito às perdas de nutrientes; perdas essas que podem ser por volatilização, lixiviação e exportação. Uma alternativa de evitar essas perdas, é o preparo da área de plantio sem a queima da vegetação, implicando no manejo da matéria orgânica, proporcionando a substituição do sistema tradicional de cultivo por técnicas que conservem e aumentem o conteúdo de matéria orgânica. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do sistema de preparo do solo com queima e sem queima da vegetação sobre o pH e disponibilidade de nutrientes.
METODOLOGIA:
Este trabalho foi conduzido no município de Igarapé-Açu, Pará, em propriedades de pequenos produtores rurais. A amostragem de solos foi realizada em outubro de 2009, nas seguintes áreas de estudo: T1= testemunha - área de capoeirão com mais 40 anos de idade; T2= área de corte e queima com 7 anos de uso contínuo; T3= área sem queima com 7 anos de uso; T4= área sem queima com mais de 13 anos de uso, nas profundidades de 0-10 cm, 10-20 cm, utilizando trado tipo sonda, com quatro repetições por tratamento e profundidade. De cada parcela foram coletadas 4 amostras compostas que foram formadas a partir de seis amostras simples. Após a coleta, as amostras do solo foram colocadas em sacos de polietileno e levadas para o laboratório de solos da UFRA, onde foram avaliadas as seguintes variáveis: pH, Mg, K, P, Ca, Na, N, C e (H+Al). Para avaliar as variações nas propriedades químicas do solo utilizou-se delineamento inteiramente casualizado. Quando o tipo de cobertura vegetal e/ou profundidades e a interação entre eles mostraram-se significativos pelo teste F. A comparação das médias foi feita pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
Os valores de pH mostraram elevada acidez, sendo os maiores valores observados nas áreas T3 e T4 com plantio, mas não houve diferenças significativas. Os teores de fósforo, cálcio, magnésio e sódio foram de baixos a médios, não havendo diferenças significativas entre as áreas. O teor de potássio foi maior nas áreas sem utilização de queima, mas essa diferença não foi significativa, já em profundidades os teores mais elevados foram observados na profundidade de 0-5 cm, embora essa diferença também não tenha sido significativa. Houve diferença significativa para os valores de H+Al entre as áreas na profundidade 0-5 cm, sendo maior valor na área T2. Os teores de N-total e C orgânico foram maiores nas áreas de corte e queima, na profundidade 0-5 cm.
CONCLUSÃO:
O sistema de preparo de solo sem queima aumentou a disponibilidade de K, Ca, Mg e P. Os teores de N total e Carbono orgânico foram maiores nas áreas de queima, no entanto, os efeitos não são duradouros. A acidez foi menor nas áreas sem a queima da vegetação.
Instituição de Fomento: Universidade Federal Rural da Amazônia
Palavras-chave: Solo, pH, Nutrientes.