62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO
Jonhclecio Duarte Teixeira 1
Laís Fernanda Melo Pereira 1
Valtair Verissimo 1
Pedro Bento da Silva 1
Sihélio Julio Silva Cruz 1
Vilma Marques Ferreira 1
1. Centro de Ciências Agrárias-CECA, Univ. Federal de Alagoas-UFAL
INTRODUÇÃO:

A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma dicotiledônea da família Euphorbiaceae, cultivada em todo o território brasileiro. Possui hábito de crescimento mais ou menos ereto com raiz tuberosa, chegando a atingir 3 m de altura e produzindo de seis a oito raízes por planta com massa média de 600 gramas.

Para compreender os processos morfofisiológicos da planta e sua influência sobre o rendimento faz-se a análise de crescimento. Isto permite avaliar a contribuição dos diferentes órgãos no crescimento final das plantas, os efeitos de manejo e tratamentos culturais e a identificação da capacidade produtiva de diferentes genótipos. A análise de crescimento também possibilita avaliar a adaptação ecológica a novos ambientes.

Sabendo-se da importância da cultura para a região, realizou-se esse estudo com o objetivo de comparar o desempenho de quatro variedades de mandioca submetidas à condição de água disponível no solo de 100, 66,66 e 33,33% da capacidade de campo (CC), empregando a técnica de análise de crescimento.

METODOLOGIA:

A pesquisa foi conduzida em casa de vegetação, no Centro de Ciências Agrárias da UFAL (Maceió-AL), utilizando-se quatro variedades de mandioca obtidas no município de Arapiraca através da Embrapa Tabuleiros Costeiro. O experimento foi delineado segundo um arranjo fatorial 4x3 (4 variedades e 3 regimes hídricos), totalizando 12 tratamentos, inteiramente casualizado, com oito repetições. Utilizou-se as variedades Rosinha, Dona Diva, Cariri e Campinas, que foram submetidos a três regimes hídricos (100, 66,66 e 33,33 % da água disponível no solo - CC). As manivas foram desinfectadas utilizando inseticida e fungicida apropriados e plantadas em vaso de 20 L no dia 10 de dezembro de 2009. Durante 56 dias após o plantio todas as plantas permaneceram sob 100% CC, sendo que após deu-se início ao regime hídrico diferenciado até o dia da avaliação, aos 112 após o plantio. Portanto, as plantas permaneceram por 56 dias com 100% CC e outros 56 dias em regime diferenciado.  Analisaram-se as seguintes variáveis: número de folhas expandidas, altura da haste principal e diâmetro do caule à 2 cm do solo. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey (P<0,05).

RESULTADOS:

Para a altura da haste principal houve diferenças estatísticas entre variedades, tratamentos e interação. A variedade Dona Diva apresentou maior altura em todos os níveis de umidade do solo, sendo estatisticamente idêntica a cultivar Rosinha nos níveis de 100 e 66,66% CC e à Campinas no nível de 33,33% CC. O regime hídrico de 33% CC reduziu significativamente a altura das plantas.

Para o parâmetro diâmetro do caule houve diferença entre variedades e regimes hídricos. O diâmetro na var. Dona Diva foi inferior às demais nos regimes de 100 e 66% CC. A Cariri e Rosinha tiveram maior diâmetro quando a 66% CC. O regime de 33% CC levou à redução do diâmetro, porém não houve diferença entre as variedades.

Houve diferenças entre variedades, regimes hídricos e interação quanto ao número de folhas expandidas (NFE). O regime de 33% CC reduziu o NFE. As variedades Rosinha e Dona Diva tiveram maior enfolhamento em todos os regimes hídricos.

 

CONCLUSÃO:

O regime hídrico de 33% da capacidade de campo comprometeu todas as medidas de crescimento avaliadas (a altura das plantas, diâmetro ou o número de folhas), o que não ocorreu quando as plantas foram submetidas a 66%CC. De modo geral, as variedades Rosinha e Dona Diva foram as que tiveram melhor desempenho quanto às medidas de crescimento, inclusive melhor enfolhamento quando submetido à apenas 33% da capacidade de campo.

Instituição de Fomento: CNPq e FAPEAL- Alagoas
Palavras-chave: crescimento vegetativo, macaxeira, déficit hídrico.