62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
REJEITO AGROINDUSTRIAL TRATADO QUIMICAMENTE COMO ADSORVENTE NA REMOÇAO DO CORANTE CATIÔNICO AZUL DE METILENO
Cintya D' Angeles do Espírito Santo Barbosa 1
Simonise Figueiredo Amarante 2
Olga Silva Santos 2
Kelvin Andrade Santos 2
Adnivia Santos Costa 1
Carlos Alexandre Borges Garcia 3
1. Depto. de Química, Universidade Federal de Sergipe - UFS
2. Depto. de Engenharia Química, Universidade Federal de Sergipe - UFS
3. Prof. Dr./ Orientador - Depto. de Química - UFS
INTRODUÇÃO:
A remoção de cor de efluentes é um dos grandes problemas enfrentados pelos diversos setores industriais, dentre eles, o têxtil. A elevada estabilidade biológica destes produtos dificulta seu tratamento por via convencional. Atualmente, aproximadamente 10.000 corantes são produzidos em escala industrial. Destes, cerca de 2.000 estão disponíveis para a indústria têxtil. Dados encontrados no trabalho de Dallago et al (2005), mostrou que no Brasil, aproximadamente 20 t/ano de corantes são consumidas pelas indústrias têxteis, e de 5 a 20%, dependendo do tipo de corante utilizado, são descartados como efluentes, devido à incompleta fixação do corante ao tecido. Dentre os corantes comumente utilizados destaca-se o azul de metileno, o qual é normalmente removido de águas residuárias por carvão ativado. Entretanto, o processo de tratamento de efluentes utilizando o método da adsorção tem ganhado destaque nos meios científicos, pois associam baixo custo e elevadas taxas de remoção. Além disto, em alguns casos, por não se tratar de um método destrutivo, possibilita a recuperação do corante sem perda de sua identidade química. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade de utilização do rejeito agroindustrial, bagaço de cana-de-açúcar, tratado quimicamente com ZnCl2 como adsorvente para remover o corante catiônico azul de metileno de soluções aquosas.
METODOLOGIA:
ENSAIOS DE ADSORÇÃO Foram preparadas soluções do corante azul de metileno nas concentrações de 10 a 100 mg/L para realização dos ensaios de adsorção. A cinética de adsorção do corante pelo bagaço de cana-de-açúcar ativado com ZnCl2 foi realizado em um intervalo de tempo de 10 a 540 min, utilizando-se 0,05 g do adsorvente em frascos de polietileno, contendo 10 mg/L do corante. Os frascos foram mantidos sob agitação em um SHAKE (150 RPM) a 25 °C e em intervalos de tempos, alíquotas foram retiradas para posterior análise. O efeito da concentração foi realizado utilizando-se de 10 mL da solução de azul de metileno (10 - 100mg/L) e 0,05 g do material adsorvente sob agitação por 60 min a temperatura ambiente. As determinações quantitativas do azul de metileno, após cada registro do efeito de adsorção, foram realizadas pelo método espectrofotométrico em um espectrofotômetro (Biochrom, Libra S12) em 668 nm.
RESULTADOS:
A cinética de adsorção foi investigada para avaliarmos o equilíbrio do sistema. De acordo com os dados obtidos, verificou-se que o equilíbrio foi atingido em 30min, neste tempo a porcentagem de adsorção atingiu o valor de 95% e a capacidade de adsorção foi de 2,15 mg/g. Para todas as concentrações iniciais do corante azul de metileno avaliadas, observou-se que a capacidade de adsorção aumentou com o aumento da concentração, de 2,15 mg/g (em 10mg/L) para 15,9 mg/g (em 100mg/L). Os modelos de adsorção de Langmuir e Freundlich foram avaliados para descrever a isoterma de equilíbrio. Sendo que os dados se ajustaram melhor ao modelo de Langmuir.
CONCLUSÃO:
A remoção do corante catiônico azul de metileno de soluções aquosas obtido com o bagaço de cana-de-açúcar tratado quimicamente com ZnCl2 revela um excelente potencial de utilização deste adsorvente de baixo custo na remoção de cor de efluentes industriais aquosos. Trabalhos já estão sendo iniciados para avaliar o potencial de regeneração do material.
Palavras-chave: Adsorção, Bagaço de cana-de-açúcar, Azul de Metileno.