Este trabalho teve como objetivo investigar o perfil dos estudantes de administração das instituições de ensino superior do Estado do Amapá. Em outras palavras, esta pesquisa teve a intenção de mostrar a importância de se conhecer a realidade dos estudantes e a contribuição desse processo para criação de políticas públicas de incentivo à graduação nesta área. A análise das condições sócio-econômicas dos acadêmicos em contraste à necessidade real do mercado de trabalho. Por outro lado, o crescimento da área de serviços e comércio no estado do Amapá, tem gerado uma demanda por administradores com a formação adequada. Vale salientar que, atualmente, somente as instituições privadas de ensino superior oferecem o curso de bacharelado em Administração. Outros estudos mostram que conhecer o perfil dos sujeitos em formação contribui, de forma prática, nas discussões para a elaboração de políticas públicas na formação dos futuros profissionais que atuarão no mercado de serviço e comércio (CERRI, 2007).

Participaram dessa pesquisa 83 (oitenta e três) acadêmicos do curso de Administração das 02 (duas) maiores Instituições de Ensino Superior que ofertam o curso de bacharelado em Administração no estado do Amapá. O estudo envolveu a aplicação de 83 (oitenta e três) questionários fechados que foram tabulados e analisados numa abordagem quantitativa.

Os resultados desta pesquisa mostraram que 58,5% dos estudantes de Administração são do sexo feminino e 41,5% são do sexo masculino. Quanto à etnia, 65% se consideram pardos, 22,5% dizem ser brancos, 11,25% afirmaram ser negros e 1,25% se reconheceram indígenas. Sobre a renda familiar atual, 59,76% ganham de 01 a 03 salários mínimos, 19,52% recebem entre 04 e 06 salários mínimos, 13,42% tem renda menor que 01 salário mínimo, 3,65% tem renda entre 07 e 10 salários mínimos e 3,65% mais de 10 salários mínimos. Sobre o meio de locomoção, 37,37% usam carro, 30,77% utilizam ônibus urbano, 18,69% utilizam moto, 4,39% locomovem-se a pé, 3,29% pegam carona, 5,49% utilizam outros meios de transportes. Quanto à satisfação com o curso, 60,98% estão satisfeitos, 24,39% estão muito satisfeitos e 14,63% estão pouco satisfeitos. Com relação aos motivos da escolha pelo curso, 30,7% escolheram porque trabalham na área e buscam especialização, 28,41% porque pretendem ser gestores de responsabilidade, 7,96% por causa dos concursos públicos, 6,81% pelo interesse no assunto, 6,81% porque querem aumentar a renda, 9,1% por influência de parentes e amigos e 10,23% têm outros motivos. Quanto ao financiamento do curso, apenas 2,4% recebem ajuda do governo federal e 97,6% usam recursos próprios.

Diante dos resultados desta pesquisa, conclui-se que o curso de bacharelado em Administração tem viabilizado a inserção das mulheres no ensino superior. Também tem acolhido os estudantes, que na sua maioria, são afrodescendentes advindos da classe menos favorecida. Vale salientar que a maior parte desses estudantes se locomove de carro ou de ônibus urbano e estão satisfeitos com o curso. Estes mesmos estudantes escolheram o curso de bacharelado em Administração porque já atuam na área e procuram por mais conhecimento. Por outro lado, é necessário que o governo federal, junto ao MEC, viabilize a existência do curso de bacharelado em Administração nas instituições públicas no estado do Amapá.