62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 11. Documentação e Informação Científica - 1. Documentação e Informação Científica
ANÁLISE DE USOS E COMPORTAMENTOS NAS REDES SOCIAIS
Marcio Adriano dos Santos 1
Ronaldo Ferreira de Araújo 1
Wendell Andrade Amorim 1
1. Curso de Biblioteconomia - Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes -
INTRODUÇÃO:
A análise de redes sociais pode ser empregada no estudo de diferentes contextos e aspectos sociais e estabelece um novo paradigma na pesquisa sobre a estrutura social. Para estudar como os comportamentos ou as opiniões dos indivíduos dependem das estruturas nas quais eles se inserem, a unidade de análise deve ser o conjunto de relações que os indivíduos estabelecem através das suas interações uns com os outros a partir de vários recursos que são disponibilizados para a comunicação/colaboração. Ao se aproximar de determinada rede visualiza-se sua estrutura a partir dos elos de relações e de limitações que pesa sobre as escolhas, as orientações, os comportamentos, as opiniões dos indivíduos em uma dinâmica que amplia cada vez mais as possibilidades de interação próprios da cibercultura. O objetivo geral do presente trabalho foi verificar o comportamento e a percepção dos sujeitos nas redes sociais, mais especificamente em como se dá o uso desses recursos e como seus usuários percebem suas implicações nas redes sociais na internet no seu cotidiano.
METODOLOGIA:
Foram utilizadas técnicas quantitativas e qualitativas para a coleta e análise dos dados voltados aos estudos de usuários (acesso/uso da informação) e redes sociais (interação/colaboração). Elegeu-se como público alvo da pesquisa os alunos da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) com os quais aplicou-se um questionário com questões que apreendessem aspectos sobre o comportamento na internet, ou seja, questões sobre o uso (quais recursos), freqüência de uso (periodicidade) e implicações do uso no cotidiano (vantagens e desvantagens; aspectos de colaboração; relação real versus virtual; situações indesejáveis; perfis falsos). Constitui-se universo empírico de análise da pesquisa 50 (cinqüenta) questionários que foram respondidos.
RESULTADOS:

Obteve-se respondentes do sexo masculino (60%) e feminino (40%), com faixa etária entre 18 a 25 anos(84%), entre 26 a 30 anos(12%) e acima de 31 anos(4%). Em relação ao uso de recursos para se comunicarem, 58% dos respondentes usam tanto o Orkut como também o MSN, 14% usam o Orkut/MSN/Twitter, 10% somente o MSN, 8% apenas o Orkut, 4% usam o Orkut/MSN/Hi5/ Facebook e Twitter, 2% usa MSN e o Myspace, 2% usa o Fotolog/Orkut/MSN e por fim 2% usa o Orkut/MSN/Fotolog e Myspace. Sobre a freqüência de uso 66% utiliza diariamente, 24% semanalmente, 8% mensalmente e por fim 2% semestralmente. Indicando implicações do uso no cotidiano, a construção de novos relacionamentos (62%), liberdade de expressão (12%), o uso da linguagem informal (10%) e marketing pessoal (8%) foram as maiores vantagens apontadas enquanto o vício/dependência (48%), falta de privacidade (24%) e danos morais (16%). Sobre o fato das redes promoverem a colaboração 88% concorda e 12% discorda. Sobre a relação real versus virtual, para 62% o uso intenso dos recursos na web pode levar os indivíduos ao isolamento social face a face enquanto 38% discordam dessa possibilidade. Em relação a ocorrência de situações indesejáveis 56% nunca tiveram e 44% relatam que sim, e 80% já identificou ou desconfiou de falsos perfis nas redes.

CONCLUSÃO:

Observa-se que o comportamento dos indivíduos têm mudado de forma significativa, fato este movido pelo crescimento do uso das tecnologias virtuais nas relações sociais. Assim, com tal mudança verificam-se sérias indagações quanto às reais vantagens e desvantagens no ambiente das redes sociais na web. É notável que as novas redes sociais no ambiente virtual têm permitido significativa colaboração entre seus membros tendo em vista a constante troca de informações. Essa "nova" forma de sociabilidade tem promovido a construção de fortes vínculos entre os indivíduos com uma interação que cresce a cada dia, refletida na cibercultura e na colaboração coletiva e que ao mesmo tempo promove algumas inquietações no que tange a freqüência de uso e aspectos que podem indicar um ciberativismo, a perda da interação social face a face ou mesmo a possibilidade de dependência/vício e outras situações indesejáveis. Diante de tais considerações se faz necessário repensar quanto às reais implicações das novas relações estabelecidas do universo virtual para que não sejamos conduzidos a uma nova organização social indesejável e sem perspectiva de (re)organização.

Palavras-chave: Redes sociais, Estudos de usuário, Internet.